Está aberto o processo de alienação de 30% das acções do Estado na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA). As ordens de compra começam a ser oficialmente apresentadas nesta terça-feira, 19, e, a 06 de Dezembro, no desfecho das ofertas, as autoridades prevêem embolsar cerca de 1,7 mil milhões de Kwanzas com as 180 mil acções colocadas à disposição do público.
Walter Pacheco, Presidente do Conselho de Administração da BODIVA, referiu, em declarações nesta segunda-feira, 18, em Luanda, à margem da cerimónia de lançamento do processo de venda de 30% do capital social da instituição, que cada acção será vendida entre 7,2 mil e 13,5 mil Kwanzas.
Afirmou que, na Bolsa de Dívida e Valores de Angola, o Estado angolano investiu, até ao momento, 900 milhões de Kwanzas e já recebeu em dividendos 1,7 mil milhões Kz.
Sublinha que o mercado de capitais no País está “em amplo crescimento” e que “crescerá muito” nos próximos anos, pelo que, no caso da BODIVA, os investidores têm a ganhar “uma empresa líquida, em que 70% do nosso balanço é dinheiro; uma empresa transparente, com contas auditadas sem reservas; uma empresa lucrativa, que já distribuiu ao único accionista, até agora, duas vezes mais” do que aquilo que investiu.
“A nossa expectativa é que seja uma operação bem-sucedida. Temos visto muito interesse, quer do ponto de vista dos investidores mais institucionalizados, tanto do ponto de vista dos investidores menos institucionalizados, mas, acima de tudo, interesse, também, de muita juventude que conhece bem a marca BODIVA”, disse.
AUREA, Caixa Angola e Lwei Brokers foram as empresas seleccionadas, a partir de concurso limitado, para agentes intermediários no processo de alienação de 30% das acções que o Estado detém na Bolsa de Dívida e Valores de Angola.
Com direito a 2% do capital social da BODIVA, correspondentes a 12 mil acções, os trabalhadores da empresa não gozarão de critérios especiais no acesso à parcela a si reservada, ou seja, a aquisição será feita nos mesmos moldes dos valores negociados publicamente, explica Walter Pacheco.
Realce-se que, no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV), o Estado alienou, recentemente, 30% das suas acções na Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA), num processo que rendeu cerca 8,97 mil milhões de Kwanzas.
Voltado para a redução da intervenção do Estado na economia e promoção do fomento empresarial, o PROPRIV prevê ainda a venda de acções do Estado nos bancos Standard Bank e BFA e na empresa de telefonia móvel Unitel.