Denominado World Employment and Social Outlook Trends, o documento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) salienta que as perspectivas globais se deterioraram significativamente durante o ano 2022, tendo no topo da pirâmide as tensões geopolíticas emergentes, o conflito na Ucrânia, a recuperação desigual da pandemia, para além dos “gargalos” nas cadeias de abastecimento que criaram condições para um “episódio estagflacionário” – relativo à estagnação e inflação.
Segundo a OIT, os formuladores de políticas enfrentam um trade-off (termo usado em economia para explicar uma situação em que uma decisão pode espolectar um conflito) ao lidar com a inflação elevada num ambiente de recuperação incompleto de postos de trabalho, uma vez que a maioria dos países ainda não voltou aos níveis de emprego e horas trabalhadas, visto no final de 2019, antes da Covid-19.
Outra razão mencionada no documento são os choques de oferta, predominantemente em mercados de alimentos e commodities, que elevaram os preços ao produtor, causando picos na inflação dos preços ao consumidor, levando bancos centrais a adoptar políticas mais restritivas.
A OIT entende que, na ausência de aumentos correspondentes nos rendimentos do trabalho, a crise ameaça directamente o custo de vida e os meios de subsistência das famílias e corre-se o risco de deprimir a demanda agregada.
“Como os rendimentos nominais do trabalho falham em acompanhar a inflação, a crise do custo de vida corre o risco de colocar mais pessoas na pobreza absoluta ou relativa, em que a ‘pobreza relativa’ equivale a cair abaixo da linha de pobreza nacional. Esse risco é particularmente elevado na parte inferior da distribuição de renda altamente desigual; a metade dos trabalhadores em todo o mundo ganha apenas cerca de 8% da renda total do trabalho”, refere o documento.
Leia o artigo completo na edição de Abril, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).
International Employment Trends in 2023, according to the ILO
In 2023, the slowdown in global employment growth and the pressure exerted on working conditions may compromise social justice, according to the ILO's World Employment and Social Outlook Trends report.
The ILO report highlights that global prospects deteriorated significantly during the year 2022, with emerging geopolitical tensions, the conflict in Ukraine, the uneven recovery from the pandemic, and "bottlenecks" in supply chains that created conditions for a "stagflationary episode" – relative to stagnation and inflation.
According to the ILO, policymakers face a trade-off (a term used in economics to explain a situation in which a decision may involve a conflict) when dealing with high inflation in an environment of incomplete job recovery, as most countries have not yet returned to employment and working hours levels seen at the end of 2019, before Covid-19.
Another reason mentioned in the document are supply shocks, predominantly in food and commodities markets, which have driven up producer prices, causing spikes in consumer price inflation, pushing central banks to adopt more restrictive policies.
In the absence of corresponding increases in labor incomes, the crisis directly threatens the cost of living and the livelihoods of families, and there is a risk of depressing aggregate demand.
"As nominal labor incomes fail to keep pace with inflation, the cost of living crisis risks pushing more people into absolute or relative poverty, where 'relative poverty' means falling below the national poverty line. This risk is particularly high at the bottom of the highly unequal income distribution; half of workers worldwide earn only about 8% of total labor income," the document states.
Read the full article in the April issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).