De acordo com o Novo Jornal, que cita o coordenador do Programa Nacional de Controlo da Malária, José Franco Martins, só no primeiro trimestre de 2023, a malária matou 2.730 pessoas em Angola, de um total de quase três milhões de infectados, o que representou uma redução de 35% em relação ao período homólogo de 2022, em que foram notificados 4.142 óbitos em 2.699.861 casos da doença.
Em 2022, segundo notícia divulgada pelo Ministério da Saúde (MINSA), Angola registou uma redução na ordem de 10% nas mortes por malária em relação a 2021. Naquele ano, tinham sido notificados pouco mais de 9,2 milhões casos, o que representou um aumento de 0,4% em relação ao a 2021, em que faleceram 13.676 pessoas, contra 12.485 em 2022. A faixa etária mais atingida foi a de maiores de 15 anos, com 38% do total dos casos. Entretanto, as mulheres grávidas e crianças menores de cinco anos continuam a ser os grupos mais vulneráveis da malária, aponta o MINSA.
Apesar dos números preocupantes, e do facto de a doença dominar as causas de morte no país, inclusive em períodos críticos da Covid-19, a comunicação sobre o programa de combate à malária é extremamente deficitária, o que, no fundo, representa um “caso crónico” em Angola, relativamente à gestão da “coisa pública”.
Quando divulgados, e tratando-se de resultados que estejam aquém dos objectivos e promessas assumidas publicadas, algumas vezes, os números são excessivamente maquiados e desencontrados, comprometendo, inclusive, a continuidade de apoios financeiros internacionais, devido à falta de transparência na gestão dos fundos. Estranhamente, nem a recente experiência de gestão da comunicação da Covid-19, com a actualização diária do quadro geral da pandemia no país, nos tem servido para fazer mais e melhor no combate à malária, começando por campanhas de sensibilização da população, em paralelo com a melhoria das condições sanitárias, como infra-estruturas de saneamento básico, um factor imprescindível para a redução dos casos e do índice de mortalidade por essa doença.
Apesar dos números preocupantes, e do facto de a doença dominar as causas de morte no país, inclusive em períodos críticos da pandemia da Covid-19, a comunicação sobre o programa de combate à malária é extremamente deficitária.
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A "chronic case"
Malaria continues to be the leading cause of death in Angola, despite the significant funding that the program to combat this disease has received.
According to the Novo Jornal – which cites the Coordinator of the National Malaria Control Program, José Franco Martins – in the first quarter of 2023 alone, malaria killed 2,730 people in Angola, out of a total of nearly three million infections. This represented a 35% reduction compared to the same period in 2022, when 4,142 deaths were reported out of 2,699,861 malaria cases.
In 2022, according to news released by the Ministry of Health (MINSA), Angola saw a 10% reduction in malaria deaths compared to 2021. That year, just over 9.2 million cases of malaria were reported, representing a 0.4% increase compared to 2021, when 13,676 people died from the disease, compared to 12,485 deaths recorded in 2022. The age group most affected was those over 15 years old, accounting for 38% of all cases. However, pregnant women and children under five years old continue to be the most vulnerable groups to malaria, according to MINSA.
Despite the alarming numbers and the fact that the disease remains a leading cause of death in the country, even during critical periods of the Covid-19 pandemic, communication about the malaria control program is extremely deficient. This ultimately represents a "chronic case" in Angola when it comes to public administration. When the numbers are disclosed, and if they fall short of the objectives and promises made, they are sometimes excessively manipulated and inconsistent. This compromises the continuity of international financial support due to a lack of transparency in fund management. Strangely enough, even the recent experience of managing communication about Covid-19, with daily updates on the overall pandemic situation in the country, has not helped us do more and better in the fight against malaria. This should start with campaigns to raise public awareness, alongside improvements in sanitation conditions such as basic sanitation infrastructure, which is essential for reducing cases and the malaria mortality rate.
Despite the alarming numbers and the fact that the disease remains a leading cause of death in the country, even during critical periods of the Covid-19 pandemic, communication about the malaria control program is extremely deficient.
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