“Acabar com a utilização do governo como arma”. É esta a justificação oficial que levou a que procuradores que trabalharam nas duas investigações criminais contra o agora de novo Presidente dos Estados Unidos fossem demitidos.
A decisão, de acordo com o New York Times, foi tomada pelo procurador-geral interino, James McHenry, que defendeu não ser possível ter a certeza absoluta que estes procuradores “implementariam fielmente” a agenda de Donald Trump.
Na nota sobre a medida, divulgada esta segunda-feira, 27, pela imprensa norte-americana, observa-se que as demissões dos vários procuradores “se enquadram na missão de acabar com a utilização do governo como arma”.
Segundo a NBC, Molly Gaston, J.P. Cooney, Anne McNamara e Mary Dohrmann são alguns dos procuradores que acabaram por ter o mesmo destino que o chefe do conselho especial, Jack Smith, que se demitiu, também, este mês, antes da tomada de posse de Trump.
No seu primeiro dia de mandato, O Chefe de Estado norte-americano concedeu indultos e comutações de penas a mais de 1.500 apoiantes acusados do motim de 6 de Janeiro no Capitólio dos EUA, uma clemência maciça que beneficiou os culpados de ataques violentos à polícia, bem como os líderes de grupos extremistas de extrema-direita condenados por conspirações falhadas para manter o republicano no poder.
Há muito que Donald Trump procura exercer controlo sobre um Departamento de Justiça que o investigou tanto durante o seu primeiro mandato como durante os últimos quatro anos, sob a direcção do antigo procurador-geral Merrick Garland.
Trump tem dito, repetidamente, que espera lealdade de uma comunidade de agentes da lei treinada para colocar os factos, as provas e a lei à frente da política.
Assim, o Presidente norte-americano tem-se esforçado por colocar aliados próximos em cargos de alto nível, incluindo a substituição do seu primeiro director do FBI, Christopher Wray, pelo leal Kash Patel.