As reservas de gás natural de 11 triliões de pés cúbicos de Angola representam uma oportunidade lucrativa para o país avançar na segurança energética, ao mesmo tempo que facilita uma transição energética justa e inclusiva. Sendo uma nação historicamente dependente do petróleo, o novo foco colocado na monetização do gás através de soluções de Gás Natural Liquefeito (GNL) para geração de energia está prestes a transformar a economia de Angola, abrindo oportunidades para a criação de emprego, diversificação e crescimento económico sustentável e de longo prazo.
Como tal, o governo angolano passou a considerar o gás natural como um recurso estratégico, devido ao seu importante papel na melhoria do acesso à eletricidade, estimulando a industrialização e o desenvolvimento de infra-estruturas, avançando em simultâneo nos esforços do país na transição para um futuro energético de baixo carbono. Com progressos no desenvolvimento de campos de gás e construção de instalações adequadas, Angola está preparada para explorar todo o potencial do seu sector de gás natural, gerando novas oportunidades e abordando as mais prementes questões ambientais.
Especificamente, os projectos de Quiluma e Maboqueiro (Q&M) estão a desenvolver-se, permitindo a geração de oportunidades para a expansão da capacidade de GNL e o aumento das receitas oriundas das exportações de gás. Em 2022, os campos de gás Q&M receberam um grande impulso quando a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis de Angola (ANPG) e o Consórcio Novo Gás (NGC), aprovaram a Decisão Final de Investimento (FID) para o seu desenvolvimento com a Azule Energy – um consórcio entre duas das principais empresas globais de energia, Eni e BP – a liderar o projecto.
Os projectos Q&M vão contar com duas plataformas offshore de cabeça de poço e uma planta de processamento de gás onshore, possibilitando a produção de até quatro biliões de pés cúbicos (bcf) anuais de gás natural. Este ambicioso empreendimento garantiu também a participação de empresas de engenharia e tecnologia de classe mundial, uma prova da importância dos projectos. A empresa de engenharia Saipem garantiu o contrato EPC (Engineering Procurement and Construction) para a planta onshore e a plataforma Quiluma, enquanto as responsabilidades EPC da plataforma Maboqueiro foram atribuídas a um consórcio formado pelo Grupo Antonini, Proger e Kerry Logistics. A Baker Hughes, por outro lado, foi encarregada do fornecimento de turbo-compressores para o projecto.
Um aspecto crucial destes projectos é a sua ligação à fábrica Angola LNG, no Soyo, operada pela Angola LNG Limited. Esta ligação destina-se a facilitar a comercialização de gás e condensados, aumentando significativamente a capacidade de produção de GNL do país para 5,2 milhões de toneladas por ano. Nos últimos anos, esta unidade passou por modificações e melhorias de capacidade com a implementação do Controlo Avançado de Processo, pela multinacional Chevron, de forma a maximizar a produção.
Os esforços combinados dos projectos de gás Q&M e da Angola LNG devem trazer inúmeros benefícios para a República de Angola. O aumento da produção e comercialização de gás natural e GNL vai alimentar o crescimento económico e o desenvolvimento industrial do país, ao mesmo tempo que vai suprir a crescente procura doméstica de energia. Além disso, este projecto estratégico contribuirá significativamente para a transição energética justa de Angola, promovendo práticas energéticas mais limpas e sustentáveis.
No entanto, para conseguir acelerar o caminho para uma transição energética justa, os investimentos direcionados no gás angolano continuam a ser cruciais. Grande parte dos recursos de gás do país permanecem inexplorados, abrindo oportunidades lucrativas para investidores estrangeiros e empreendedores com novos projectos. Desenvolvimento de infra-estruturas, avanços tecnológicos e apoio financeiro são elementos essenciais que irão fomentar a adopção de fontes de energia mais limpas e práticas sustentáveis.
A modernização e expansão das instalações de processamento e transporte de gás em Angola irão aumentar a eficiência, capacidade e fiabilidade, garantindo uma cadeia de abastecimento de gás perfeita. Com tecnologias de ponta e colocando ênfase na segurança e responsabilidade ambiental, Angola pretende assegurar a sua posição como líder regional em energia e alcançar um futuro energético mais verde e sustentável. O desenvolvimento estratégico também permitirá um acesso mais amplo da população à energia, impulsionando o crescimento económico inclusivo em todo o país.
À medida que se aproxima a Conferência e Exposição Angola Oil & Gas (AOG), a 13 e 14 de Setembro, em Luanda, os investidores que procuram oportunidades promissoras no sector da energia vão constatar que a indústria de gás de Angola é uma escolha estratégica. Prometendo elevados retornos sobre o investimento, o sector do gás de Angola pode abrir caminho para um cenário energético mais limpo e sustentável, ao mesmo tempo que atrai investidores ansiosos em investir com um impacto positivo no futuro do país.