O Banco Nacional de Angola (BNA) registou, este ano, uma média diária de 250 tentativas de ciberataques, um número, entretanto, inferior aos 350 casos verificados diariamente em 2023, informou o governador da instituição.
Intervindo nesta terça-feira, 24, em Luanda, na conferência ‘A Cibersegurança no Sistema Financeiro Angolano’, Manuel Tiago Dias especificou que o sistema financeiro e os bancos são alvos preferenciais dos criminosos, havendo necessidade de melhorias constantes dos sistemas de cibersegurança destas instituições.
"O Banco Nacional de Angola está a reforçar, sobremaneira, os pilares de cibersegurança, implementando processos e tecnologias inovadores com recurso à inteligência artificial, aos quais se junta um forte investimento no seu quadro de especialistas, por forma a reforçar a confiança dos participantes no sector financeiro por si regulado e supervisionado", disse o líder do banco central.
Manuel Tiago Dias sublinhou que estão a ser concebidos instrumentos normativos que visam adequar a regulamentação vigente à dinâmica que o ambiente cibernético nacional e internacional impõe, impulsionando a troca de informação entre as instituições financeiras e não só no tratamento de incidentes cibernéticos, cujas motivações e impactos podem tocar na escala nacional.
Já António Neto, director do Departamento de Segurança Integrada do BNA, reportou, citado pela Lusa, que, na conferência, foi debatido o impacto gerado pelos incidentes de 'ransomware', situações em que os cibercriminosos, além de bloquearem um sistema, exigem o pagamento de um resgate para desbloqueamento.
Avançou ainda que o Banco Nacional de Angola tem informações, "embora não comprovadas", de que, "efectivamente, pode estar a acontecer 'por fora' [noutras instituições] alguns pagamentos de resgate".