Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, foi, nesta terça-feira, 18, formalmente acusado de tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022, ganhas por Lula da Silva.
A Procuradoria-Geral da República acusa o antigo Chefe de Estado brasileiro de praticar os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de golpe de Estado, de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o património da União, deterioração de património destruído, além de participação numa organização criminosa, que “tinha como líderes o próprio Presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Neto”.
“Aqui relatam-se factos protagonizados por um Presidente da República que forma com outros personagens civis e militares organização criminosa estruturada para impedir que o resultado da vontade popular expressa nas eleições presidenciais de 2022 fosse cumprida, implicando a continuidade no poder sem o assentimento regular do sufrágio universal”, afirma o procurador-geral brasileiro, Paulo Ganet.
Essa suspeita, noticia o Observador, levou a uma grande operação policial em Fevereiro de 2024, quando as casas de cerca de 20 pessoas consideradas suspeitas pelos investigadores foram revistadas e quatro aliados próximos de Bolsonaro foram presos.
No âmbito destas investigações, Jair Bolsonaro foi alvo de um mandado de busca e apreensão na operação, sendo obrigado a entregar o passaporte.
Poucas horas depois de a notícia da acusação ter sido publicada, o ex-presidente declarou, através dos seus advogados, estar “indignado e estarrecido”.
“A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pelos ‘media’, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado”, diz um comunicado divulgado pelo advogado Paulo Cunha Bueno e partilhado pelo antigo presidente nas redes sociais.