Em Angola, há carência de dados nesta área, embora exista, desde 2017, a Lei de Protecção das Redes e Sistemas Informáticos que inclui o ciberterrorismo. Mas, no sector da televisão por assinatura, Hectiandro Mena, especialista em ciberterrorismo, avança uma estimativa de mais de 96 mil agregados familiares que usam descodificadores ilegais, o que, em termos financeiros, representa uma perda em impostos para o Estado de aproximadamente 1,5 mil milhões de kwanzas por ano.
Ainda conforme o especialista, a pirataria tem impacto negativo na indústria criativa, roubando-lhe os meios de subsistência e a sua capacidade de se tornar auto-sustentável, contribuindo, como outros sectores, para o PIB nacional. Já o director de Desenvolvimento Tecnológico da CETIM, Hélder João, afirmou que a pirataria electrónica provoca perdas financeiras e diminui ção de vendas, para além de uma experiência insatisfatória, baixa segurança e fiabilidade para o consumidor final.
Ao falarmos de pirataria, não podemos apenas focar-nos nos roubos e nas invasões ou fraudes bancárias, temos de olhar também para o uso de softwares não licenciados, hackeados, cracreados e equipamentos tecnológicos, como telefones, computadores, televisores, de linhas brancas, ou seja, sem certificado de qualidade.
Para este especialista, em Angola, uma boa parte das empresas usa softwares não licenciados, retirados da internet, de modo gratuito e sem segurança necessária.
“Muitos destes softwares possuem vírus e ca valos de tróia escondidos que posteriormente acabam por criar vulnerabilidades e instabilidade ao funcionamento da infra-estrutura digital e pôr em risco a informação das empresas”, alertou, tendo defendido que é preciso as instituições investirem na segurança em todos os níveis.
Numa altura em que as instituições financeiras promovem o recurso ao Internet Banking, por força das restrições impostas pela Covid-19, fontes contactadas pela E&M alertam para o reforço da segurança de dados, bem como a educação dos consumidores, alguns deles pouco familiarizados com as novas ferramentas digitais e mais susceptíveis de sofrer actos fraudulentos.
Leia o artigo completo na edição de Fevereiro, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).
Lack of data in Angola
Lack of data in Angola In parallel with the increase in cyber insecurity, the world has also seen an increase in the piracy of audiovisual and digital content, due to the increase in domestic consumption and confinement imposed by the countries.
In Angola, there is a lack of data in this area, although the Law for Protection of Computer Networks and Information Systems, which includes cyberterrorism, has been in place since 2017. In the subscription television sector, Hectiandro Mena, a specialist in cyberterrorism, indicates that there are more than 96,000 households using illegal decoders, which, financially speaking, represents a tax loss, for the State, of approximately 1.5 billion kwanzas per year.
Additionally, according to the expert, piracy has a negative impact on the creative industry, depriving it from its livelihood and ability to become self-sustainable in order to contribute, like other sectors, to the national GDP.
The Director of the Technological Development of CETIM, Hélder João, said that electronic piracy causes financial losses and decreases sales volume, in addition to causing an unsatisfactory experience as well as low security and trust levels among end users.
When talking about piracy, we cannot just focus on thefts and bank intrusions or frauds; we also have to look at the use of unlicensed, hacked, ‘cracked’ software and technological equipment, such as phones, computers, televisions, and white lines, without a certificate of quality.
According to this specialist, many companies in Angola use unlicensed software, taken from the Internet, free of charge and without the necessary security safeguards. “Many of this software have hidden viruses and trojan horses, which, subsequently, end up creating vulnerabilities and instability in their digital infrastructure operation and putting at risk the companies’ information” he warned, while arguing that institutions must invest in security at all levels.
In a time when financial institutions are promoting the use of Internet Banking, due to the restrictions imposed by the Covid-19 pandemic, sources contacted by E&M warn that data security must be strengthened and consumers must be educated, as some of them are not familiar with the digital tool notes and therefore are more likely to experience fraudulent acts.
Read the full article in the February issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).