A Check Point Software Technologies - multinacional tecnológica que fornece soluções de cibersegurança - assegura cerca de 30% das empresas públicas e privadas que operam em Angola nos sectores financeiro, mineiro, de petróleo e gás, revelou Análise Ferreira, representante da empresa no País, em Angola, Moçambique e Cabo Verde.
À margem da “IV Edição do CyberSecurity Summit”, que debateu, em Luanda, “A inteligência artificial e a segurança informática”, a especialista referiu que Angola tem marcado passos positivos na aquisição de tecnologias, embora ainda com longo caminho a percorrer, uma vez que os níveis de ameaças cibernéticas “continuam altos”.
De acordo com a especialista, Angola ocupa o segundo lugar entre os ‘africanos’ com mais registos de ataques, atrás da Etiópia, e quarto lugar a nível global, “o que quer dizer que o trabalho de casa deve continuar a ser feito, através do melhoramento do planeamento e dos processos que vão garantir a protecção dos sistemas”.
Entretanto, Análise Ferreira disse que Angola está melhor posicionada em termos de investimentos em tecnologias de segurança cibernética, quando comparado com Moçambique e Cabo Verde, mas carece de mais quadros especializados na área.
“Angola está bastante adiantada em termos de investimentos em segurança cibernética, mas não tem muitas pessoas formadas e com conhecimento especializado. Mas este não é um problema apenas de Angola”, frisou Análise Ferreira, realçando que há uma escassez ‘gritante’ de quadros em todo o mundo.
“Escassez de quadro é um problema global”
À Economia & Mercado (E&M), Análise Ferreira, especialista que trabalha há mais de 10 anos no mercado nacional, esclareceu que a escassez de quadros é um problema global e não apenas nacional ou do continente africano.
“Há uma necessidade global de 3.5 milhões de especialistas em segurança cibernética. É por isso que pretendemos formar localmente o maior número de especialistas possíveis para fazer face às crescentes ameaças”, explicou Análise Ferreira, revelando que a empresa (qual empresa?) está a implementar um programa de reforço de padrões de segurança cibernética em Angola, assente na formação especializada, em parceria com o Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPETEC), que ‘deve’ ser expandido para outras unidades de ensino.
“Vamos treinar e certificar os professores. Esses estarão em condições para preparar os estudantes para especialização em segurança cibernética e em analista de segurança cibernética”, reforçou a fonte.