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Cidades intermédias e mobilidade urbana (I)

Sebastião Vemba
10/4/2023
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Foto:
Carlos Aguiar

As cidades intermédias, segundo o arquitecto brasileiro Geraldo Majela Gaudêncio Faria, ocupam “a posição de mediação de fluxos regionais, de intermediação entre o povoado e a grande cidade”.

Representando a maioria do crescimento populacional urbano em África, segundo um relatório do Banco Africano de Desenvolvimento, Cidades intermédias e mobilidade urbana foi destaque da Cimeira Africities, realizada em 2022, no Quénia. Para a directora-geral do BAD para África Oriental, Nnenna Nwabufo, elas “são a espinha dorsal do continente.

Absorvem a maior parte do crescimento populacional urbano em África. No entanto, enfrentam uma lacuna de investimento significativa e têm muito poucos recursos financeiros próprios".

As cidades intermédias acolhem pelo menos 15% da população africana, mas o seu crescimento está a acelerar, daí que, até 2040, se estima que dois terços das pessoas que se mudam para áreas urbanas irão mudar-se para cidades intermédias. Consequentemente, as necessidades de investimento estão a crescer. E o desafio consiste agora em garantir serviços sociais básicos e transformar estas cidades em centros de crescimento económico para reequilibrar os territórios. Não sendo especialistas na matéria, esse cenário descrito pelo BAD remete-nos logo para as principais cidades de Angola, particularmente Benguela, Lobito, Lubango e Luanda. A capital do país, depois de 446 anos desde a sua fundação, transformou-se em várias “cidades” desprovidas de serviços básicos, sendo a mobilidade um dos mais atrasados. Na ausência deles, as soluções para a maioria da população – os mais pobres e os menos abastados - são as mais rudimentares, representando, por um lado, alta insegurança rodoviária e, por outro, factores de improdutividade laboral, numa economia que carece de mais agressividade e competitividade.

Diante da actual pressão populacional sobre as cidades, o BAD considera crucial redireccionar parte do êxodo rural para as cidades intermédias, “a fim de reduzir a pressão sobre as capitais", sendo que “ao investir em cidades de média dimensão”, é criada “uma rede territorial que reforça a integração entre as metrópoles e o campo".

A capital do país, depois de 446 anos desde a sua fundação, transformou-se em várias “cidades” desprovidas de serviços básicos, sendo a mobilidade um dos mais atrasados.

Leia o artigo completo na edição de Abril, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

Intermediate cities and urban mobility (I)

According to Brazilian architect Geraldo Majela Gaudêncio Faria, intermediate cities play the role of "mediators of regional flows and intermediator between the village and the big city. Representing the majority of urban population growth in Africa, according to a report by the African Development Bank, this issue was the focus of the Africities Summit, in Kenya held in 2022. For AfDB's managing director for East Africa, Nnenna Nwabufo, they "are the backbone of the continent. They absorb most of the urban population growth in Africa. However, they face a significant investment gap and have very few financial resources of their own.".

Intermediate cities host about 15 percent of Africa's population, but their growth is accelerating. It is estimated that by 2040 two-thirds of people moving to urban areas will move to intermediate cities. Consequently, investment needs are growing. And the challenge is now to guarantee basic social services and to transform these cities into centers of economic growth to rebalance the territories. Not being specialists in the matter, this scenario described by the ADB immediately draws our attention to the main cities of Angola, particularly Benguela, Lobito, Lubango and Luanda. 446 years after foundation, the capital of the country has been transformed into several "cities" devoid of basic services, mobility being one of the most overlooked. As a result, the majority of the population - the poorest and the less well-off – find the most rudimentary solutions, often translating into, on the one hand, high road insecurity and, on the other hand, labor unproductivity, in an economy that lacks more aggressiveness and competitiveness.

Faced with the current population pressure on cities, the ADB considers it crucial to redirect part of the rural exodus to intermediate cities, "in order to reduce the pressure on capital cities", and that "investing in medium-sized cities", creates "a territorial network that strengthens the integration between the metropolis and the countryside".

446 years after foundation, the capital of the country has been transformed into several "cities" devoid of basic services, mobility being one of the most overlooked.

Read the full article in the April issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).