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Como tirar 50 milhões da pobreza extrema em África? Zona de comércio livre seria ‘saída’ - FMI

Victória Maviluka
9/10/2024
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Foto:
DR

Acções políticas são, entretanto, recomendadas no sentido da criação de uma rede de segurança social modernizada que apoie os mais vulneráveis ​​durante a transição.

A abertura de uma zona de comércio livre em todo o continente africano seria uma das saídas para reduzir consideravelmente a miséria. Estudo recente do FMI prevê que 50 milhões de africanos sairiam da pobreza extrema até 2035 caso o continente avançasse para esta abertura.

Esta zona, refere o Fundo Monetário Internacional, se implementada com sucesso, poderia impulsionar significativamente o crescimento económico e melhorar os padrões de vida, num momento de crescentes tensões geopolíticas e mudanças climáticas.

“Uma maior abertura comercial ajudaria os países a adaptarem-se às mudanças climáticas e a fortalecer a segurança alimentar, inclusive melhorar a disponibilidade e a acessibilidade dos suprimentos alimentares”, perspectiva o estudo, citado pela Bloomberg.

Sob o título ‘Integração Comercial em África – Liberando o Potencial do Continente num Mundo em Mudança’, a pesquisa conjectura que um comércio mais diversificado e amplo reduziria o impacto de interrupções em mercados e produtos específicos que poderiam resultar de mudanças nos padrões de comércio global.

O FMI, recorda a agência norte-americana, ressaltou, recentemente, que África sofreria um golpe económico permanente se as tensões dividissem a economia global em blocos comerciais opostos em torno dos EUA e da China. 

O relatório da instituição de Bretton Woods especifica que a África Subsaariana poderia ver um declínio de 4% no seu Produto Interno Bruto após 10 anos sob uma versão severa deste mundo bipolar.

Benefícios e recomendações

Para que o continente obtenha todos os benefícios de uma zona de comércio livre, a instituição financeira internacional afirma que serão necessários grandes cortes nas barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias entre as nações africanas.

“Essas reduções poderiam aumentar o fluxo médio de comércio de mercadorias entre os países africanos em 15% e o PIB real per capita médio em 1,25%”, ou mais se combinadas com melhorias substanciais no ambiente comercial”, assinala o FMI.

Prevê ainda que reformas abrangentes junto com a implementação da referida zona poderiam aumentar o fluxo médio de comércio de mercadorias entre países africanos em 53% e o resto do mundo em 15%. 

Isso poderia aumentar o PIB per capita médio em África em mais de 10% e tirar até 50 milhões de pessoas no continente da pobreza extrema até 2035, assina o organismo.

As acções políticas recomendadas no relatório do FMI incluem uma rede de segurança social modernizada, que apoie os mais vulneráveis ​​durante a transição para uma trajectória de maior crescimento e investimento em capital humano.

A Bloomberg recorda que 46 dos 54 países africanos já ratificaram o acordo de criação de uma zona de comércio livre em África, mas a efectivação deste propósito tem sido constantemente adiada.