A australiana Resolute Mining decidiu pagar 160 milhões de dólares ao Governo do Mali para ajudar a resolver uma disputa fiscal que levou a que o CEO e dois funcionários da empresa fossem detidos.
Terence Holohan e dois funcionários da mineradora estavam em Bamaku, capital do Mali, para discutir com as autoridades de mineração e fiscais assuntos relacionados com as práticas comerciais da empresa.
Para garantir a soltura dos seus funcionários, a Resolute fez um pagamento inicial de 80 milhões de dólares como parte do acordo, a partir de reservas de caixa existentes, e desembolsará a outra parte dos valores nos próximos meses, disse a empresa em comunicado citado pela Reuters.
A companhia afirma que está a trabalhar com a Junta Militar que governa o Mali para libertar os seus funcionários, que permanecem "seguros e bem" e estão a receber apoio das embaixadas e consulados do Reino Unido e internacionais, disse a mineradora nesta segunda-feira, 18.
"Estamos a apoiar três cidadãos britânicos que foram detidos no Mali e estão em contacto com as autoridades locais", disse o Ministério das Relações Exteriores do governo britânico em resposta à detenção.
O Mali é um dos maiores produtores de ouro de África. A mina de ouro da Resolute, em Syama, no país da África Ocidental, contribuiu com quase dois terços das vendas anuais de 329.061 onças em 2023 da Resolute.
A companhia de origem australiana detém uma participação de 80% no projecto, enquanto ao Governo do Mali pertencem os restantes 20% do capital da mina.
A Resolute Mining assegura, no referido comunicado, que as operações na empresa “continuam normalmente e não foram afectadas".