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Corredor do Lobito, Planagrão e a promessa do ouro verde

Leonor Simões Ferreira
21/3/2024
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Foto:
Arquivo

A situação geopolítica mundial veio demonstrar o risco para segurança alimentar do país.

O diálogo transcende interesses regionais, muito por conta das alterações climáticas, crescimento demográfico, conflitos regionais e outros constrangimentos.

O ano de 2023 ficará marcado, na história de Angola, como o ano do relançamento do Corredor do Lobito (CdL) e o seu papel incontornável para a diversificação da economia do país, por via, essencialmente, do escoamento de produtos mineiros, combustíveis e produtos alimentares.

O Corredor Ferroviário do Lobito estende-se, em Angola, por 1300 km passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, e continua depois por 400 km na República Democrática do Congo, seguindo para Copperbelt, na República da Zâmbia. A revitalização da linha férrea e a sua expansão aos países vizinhos permitirá o transporte de mercadorias desses países até ao porto do Lobito, possibilitando o escoamento de produtos do sector agrícola, mineiro e petrolífero, para além da inegável relevância para a o sector logístico do país.

Por via de um contrato de Concessão, o Estado Angolano cedeu, pelo prazo de 30 anos, os direitos de exploração do Corredor ao consórcio Lobito Atlantic Railways (LAR), que assumiu a operação, gestão e manutenção da infraestrutura ferroviária para o transporte de mercadorias do corredor.

Plataforma Logística da Caála

No passado 9 de Dezembro, foi lançada a primeira pedra para a construção da Plataforma Logística da Caála (PL da Caála), prevendo-se que inicie as operações no início do próximo ano. Esta Plataforma, faz parte de um conjunto de seis infra-estruturas estratégicas incluídas na primeira fase de implementação da Rede Nacional de Plataformas Logísticas, que prevê a instalação de 21 pontos logísticos similares em todo o país, até 2038.

Com uma área de 65 hectares, a PL da Caála contará com silos e armazém de frios e secos e prestará também serviços de contentores e depósitos vazios, assim como inspecções aduaneiras e fitossanitárias. O Ministro dos Transportes, Ricardo Viegas d’Abreu, referiu que “a PL da Caála surge para dar um contributo significativo, optimizando as cadeias logísticas, aumentando a competitividade da produção nacional e impulsionando o aumento da produção nos sectores da agricultura, indústria e recursos minerais, ao mesmo tempo que promove a criação de negócios adjacentes à plataforma logística e ao Corredor do Lobito, e catalisa as indústrias locais e a produção regional.”

De acordo com esclarecimentos veiculados pela ARCCLA, a infra-estrutura localiza-se entre as Estradas Nacionais EN120 e EN260 e está estrategicamente localizada ao longo do reabilitado CdL. Um terminal ferroviário construído de raiz na PL da Caála, servirá de plataforma intermodal para a região e terá capacidade para servir comboios com até 50 vagões, em linha com as novas especificações do CdL.

A agricultura será um dos grandes dinamizadores desta infra-estrutura logística. A PL da Caála está projectada para ser uma plataforma de armazenamento e distribuição centralizada no Huambo, uma das províncias com maior produção agrícola do país, principalmente de cereais, leguminosas e oleaginosas e produtos hortícolas. Jogará um papel importante também na exportação de frutas tropicais e no desenvolvimento de clusters.

O empreendimento na província do Huambo resulta de uma parceria entre o Governo de Angola, representado pela Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola (ARCCLA), e pelo Governo do Reino dos Países Baixos, através da sua Embaixada em Angola e do Consórcio Flying Swans.

Leia o artigo completo na edição de Fevereiro, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

The Lobito Corridor, Planagrão and the promise of green gold

The global geopolitical situation has demonstrated the risk to the country’s food security. Dialogue transcends regional interests, largely due to aspects related to climate change, demographic growth, regional conflicts and other constraints.

2023 will go down in Angolan history as the year of the relaunch of the Lobito Corridor (LC) and its essential role in diversifying the country's economy, essentially by transporting mining products, fuels and foodstuffs.

In Angola, the Lobito Rail Corridor stretches for 1,300 km through the provinces of Benguela, Huambo, Bié and Moxico, and then continues for 400 km into the Democratic Republic of Congo and on to the Copperbelt in the Republic of Zambia. The revitalization of the railway and its expansion to neighboring countries will enable the transportation of goods from these countries to the port of Lobito, making it possible to transport products from the agricultural, mining and oil sectors, as well as being undeniably important for the country's logistics sector.

Through a Concession contract, the Angolan state ceded the rights to operate the Corridor for a period of 30 years to the Lobito Atlantic Railways (LAR) consortium, which took over the operation, management and maintenance of the railway infrastructure for the transportation of goods in the corridor.

The Caála Logistics Platform

On December 9, the foundation stone was laid for the construction of the Caála Logistics Platform (Caála PL), which is expected to start operations at the beginning of next year. This platform is part of a set of six strategic infrastructures included in the first phase of implementation of the National Network of Logistics Platforms. The plan is to set up 21 similar logistics platforms across the country by 2038.

Covering 65 hectares, the Caála LP will have silos and a cold and dry warehouse and will also provide container and empty warehouse services, as well as customs and phytosanitary inspections. The Minister of Transport, Ricardo Viegas d'Abreu, said that "the Caála LP is set to make a significant contribution, optimizing logistics chains, increasing the competitiveness of national production and boosting production in the agriculture, industry and mineral resources sectors, while at the same time promoting the creation of businesses adjacent to the logistics platform and the Lobito Corridor, and catalyzing local industries and regional production."

According to ARCCLA, the infrastructure is located between National Roads EN120 and EN260 and is strategically located along the rehabilitated LC. A rail terminal built from scratch at the Caála LP will serve as an intermodal platform for the region and will have the capacity to serve trains with up to 50 wagons, in line with the new LC specifications.

Agriculture will be one of the main driving forces behind this logistical infrastructure. The Caála LP is designed to be a centralized storage and distribution platform in Huambo, one of the provinces with the largest agricultural production in the country, mainly of cereals, pulses, oilseeds and vegetables. It will also play an important role in the export of tropical fruit and the development of clusters.

The project being implemented in Huambo province is the result of a partnership between the Angolan government, represented by the Angolan Freight and Logistics Certification Regulatory Agency (ARCCLA), and the government of the Kingdom of the Netherlands, through its embassy in Angola and the Flying Swans Consortium.

Read the full article in the February issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).