Calculando os raros navios transatlânticos que atracam na costa luandense carregados de turistas curiosos em ter contacto com a capital do país e algumas deslocações de turistas particulares, ainda é minúsculo o número de pessoas, nacionais e estrangeiras, interessadas em dar um passeio pelo país, uma constatação partilhada por operadores do sector e que o Governo pensa solucionar.
Produzido em 2001 e aprovado dez anos depois, o sector dispõe de um plano estratégico e recebe 0,3% do Orçamento Geral do Estado. Recentemente,foi anunciada a disponibilização de um pacote de mil milhões USD pelo Fórum Mundial do Turismo para a sua dinamização.
No entanto, a Associação de Hotéis e Resorts de Angola (AHRA) é a favor do desenvolvimento de políticas que permitam transformar as unidades hoteleiras em marcas internacionais, o que fará do país um lugar credível do ponto de vista turístico.
A favor do investimento em sectores conexos ao turismo, Ramiro Barreiro, secretário-geral da AHRA, faz referência aos 1.600 quilómetros de costa angolana, recursos florestais e faunas enquanto elementos de interesse para os operadores do sector.
Dos constrangimentos aos planos concretos já executados e em execução impera uma realidade quase estagnada no tempo, onde as concretizações não acompanham, pelo menos até ao momento, os discursos oficiais.
O Governo, no Plano Director Nacional, elaborado em 2001 e aprovado em Conselho de Ministros dez anos depois, acreditava que até 2020 o sector teria um milhão de empregados, uma unidade hoteleira de 50 quartos em cada um dos 163 municípios do país, um contributo para o Produto Interno Bruto na ordem dos 3%, e atrairia 4,7 milhões de turistas até ao próximo ano.
Mas a realidade é diferente. Entre 2016 e o primeiro trimestre de 2019, o país recebeu pouco mais de 936.517 turistas, dispõe, de um modo global,de 14.088 quartos e enfrenta dificuldades para alargar o seu contributo no PIB, actualmente à volta de 0,5%, conforme o Diagnóstico do Turismo em Angola, um documento elaborado pelo Ministério da tutela e ao qual a Economia & Mercado teve acesso.
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