A despesa do governo moçambicano com salários cresceu 4,2% até Setembro, face ao período homólogo de 2023, para mais de 152,9 mil milhões de meticais (pelo menos 2,3 mil milhões de dólares).

De acordo com o relatório de execução orçamental, trata-se de 79,7% do valor estimado pelo governo para todo o ano de 2024, onde estava previsto gastar um total de 191,7 mil milhões de meticais (pelo menos 2,9 mil milhões de dólares) só em salários, como escreve o 360 Mozambique.

Os dados do documento citado indicam que as despesas com salários representaram mais de metade da despesa pública total de Moçambique no período, que totalizou 247,9 mil milhões de meticais.

Em Agosto, Filipe Nyusi afirmou no Parlamento que a implementação da Tabela Salarial Única (TSU), que tem sido criticada pelo seu impacto nos salários da função pública, reduziu as discrepâncias salariais.

"O salário mínimo da função pública duplicou, houve um aumento [salarial] ainda maior nas forças de defesa e segurança e a diferença salarial entre os vários níveis diminuiu substancialmente", sublinhou.

Em Setembro, o Ministério da Economia e Finanças (MEF) informou que a TSU, em vigor desde Julho de 2022, vai continuar a pressionar a despesa pública a médio prazo, apontando que o cenário pessimista prevê uma despesa adicional estimada de 31 mil milhões de meticais (480,9 milhões de dólares) em 2025.

"Esse cenário é explicado pela sensibilidade da massa salarial ao crescimento mais lento do Produto Interno Bruto (PIB). As perspetivas de médio prazo para a massa salarial, em proporção do PIB, sugerem uma redução mais lenta do cenário pessimista (13,6 por cento em média) face ao cenário base (12,3 por cento em média), com uma tendência convergente em 2027", explica a organização em documento citado na notícia publicada pelo 360 Mozambique.

Em Maio, o Fundo Monetário Internacional (FMI) disse haver um risco significativo de que a despesa com salários públicos exceda a lei orçamental de 2024 em aproximadamente 12 mil milhões de meticais (188,1 milhões de dólares). Esse aumento pode comprometer a estabilidade financeira do país lusófono, que já enfrenta desafios orçamentários desde 2022.

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