O Ministério da Economia e Finanças (MEF) de Moçambique prevê que o serviço da dívida interna daquele país continue a ter um peso significativo em 2025, representando 65% do total do serviço da dívida, o que equivale a cerca de 90,3 mil milhões de meticais (1,4 mil milhões de dólares), segundo dados do relatório recente sobre os riscos fiscais para o próximo ano.
De acordo com o documento citado pelo jornal notícias, as projecções indicam que, ao longo dos últimos anos, a dívida interna e a externa de Moçambique têm oscilado, e que este comportamento deverá se manter nos próximos anos.
Por exemplo, em 2023, o serviço da dívida interna representou 68% do total, enquanto a dívida externa se fixou em 32%. Para 2024, as previsões apontam para uma alteração parcial, com a dívida interna a descer para 58% e a externa a subir para 42%.
De acordo com as projecções do MEF, a dívida interna deverá começar a diminuir gradualmente, passando de 65% em 2025 para 61% em 2026, enquanto a dívida externa deverá aumentar para 39%. Em 2027, prevê-se uma mudança mais pronunciada, com o serviço da dívida interna a descer para 43% e a externa a subir para 57%.
O relatório citado pelo jornal notícias chama a atenção para o risco de refinanciamento da dívida interna, que tem vindo a aumentar devido à concentração das maturidades no curto prazo.
“A maturidade média da dívida interna desceu de nove para oito anos, enquanto a dívida com vencimento no prazo de um ano aumentou de 15% para 15,9%. Em 2025, o elevado volume de Obrigações do Tesouro a vencer poderá aumentar a pressão sobre o orçamento público”, lê-se.
Ainda assim, o relatório sublinha que o rácio da dívida pública total, incluindo os passivos contingentes, caiu de 81,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 para 76% em 2023, representando uma diminuição de 5,8 pontos percentuais, reflexo da melhoria do PIB nominal em relação ao stock da dívida total.