A agência de notação financeira Fitch Ratings estima que os países da África Subsaariana deverão crescer 4,6% e beneficiar de melhores condições económicas em 2025, reflectindo uma perspectiva macroeconómica mais robusta e uma modesta consolidação orçamental, com condições de financiamento ainda desafiantes e riscos políticos e de insegurança.
Num comentário à previsível evolução dos ratings (risco de financiamento) da região em 2025, enviado aos investidores, a Fitch Ratings compara a previsão de crescimento médio de 4,6% com os 3,9%, que se deverão registar este ano, acima da média de 3,6% da última década.
“Prevemos que a taxa de crescimento melhore, alicerçada nas reformas em curso e na recuperação das secas que afectam vários países, entre os quais Angola e Moçambique”, lê-se no relatório.
Divulgado neste domingo, 15 de Dezembro, como escreve o Diário Económico, estas reformas, que favorecem o crescimento, deverão reduzir o rácio da dívida face ao Produto Interno Bruto (PIB), com as taxas de juro mais baixas a reduzirem os custos de financiamento interno.
No entanto, os especialistas da Fitch acrescentam que os custos de financiamento, em média, vão subir ainda mais, e o rácio sobre as receitas será desconfortavelmente alto para muitos países na região.
A análise da Fitch não apresenta valores desagregados por país de forma sistemática, mas ainda assim prevê que a inflação fique em torno dos 30% em Angola em 2025, ano em que as necessidades de financiamento do País representarão metade das reservas em moeda estrangeira.
A Fitch Ratings atribui opiniões de crédito na África Subsaariana a Angola, Cabo Verde e Moçambique, estando os dois primeiros na categoria “B” e o último na categoria “C”, todos abaixo da recomendação de investimento.
No total dos 21 países, só os Camarões têm um outlook negativo (previsão de descida do rating nos próximos 12 a 18 meses), enquanto 12 deverão manter-se no mesmo nível, e Nigéria e as Ilhas Seicheles são os únicos dois que deverão melhorar o rating no próximo ano.