As autoridades egípcias estão apostadas em transformar o país num centro regional da indústria automóvel. No quadro desta pretensão, a empresa egípcia Alkan Auto assinou, esta semana, um acordo com a ‘gigante’ chinesa de automóveis Beijing Automotive International Corporation (BAIC) para a fabricação de carros eléctricos no Egipto.
Este protocolo, cujo valor não foi divulgado, prevê a instalação da unidade fabril numa área de 120 mil metros quadrados, com o final das obras previsto para 2025, ano em que a indústria deve entrar em funcionamento.
Numa primeira fase, o estabelecimento industrial terá a capacidade para fabricar 20 mil unidades por ano, atingindo o tecto dos 50 mil carros no final do quinto ano de funcionamento.
A produção destinar-se-á a atender ao mercado local e à exportação para os mercados do Médio Oriente e África. Esta unidade permitirá a criação de 1.200 postos de trabalho, noticia a imprensa local.
No seu arranque, a unidade de produção terá uma taxa de integração inicial de 48%, antes de atingir 58%, alinhando-se, assim, com a lei egípcia, que considera um veículo “produzido localmente” quando a taxa de participação local mínima for 45%, sendo 17% de montagem e 28% de produção de componentes.
Estas cifras inserem-se nas políticas sectoriais adoptadas pelo Governo do Egipto que visam desenvolver o sector automóvel local através do fortalecimento do tecido industrial já existente, acrescentando valor às peças fabricadas localmente e atraindo novos investidores para novas linhas de montagem.
A empresa BAIC, criada em 1958, é o 6.º maior fabricante automóvel chinês, com produção de mais de 2 milhões de veículos por ano. A empresa fabrica veículos automóveis em nome próprio e por meio de uma joint ventures com Hyundai e Mercedes-Benz.
Metas ambiciosas
Para transformarem o país num importante centro regional da indústria automóvel, as autoridades egípcias projectam uma produção anual de 500 mil veículos, incluindo 100 mil destinados à exportação.
Para alcançar a meta, o Governo egípcio, que tem à testa o Presidente Abdel Fattah al-Sisi, concedeu uma série de incentivos, nomeadamente fiscais, para atrair fabricantes de automóveis estrangeiros a apostarem na produção local.
Trata-se de um mercado dominado por quatro marcas: Nissan, Chery, Hyundai e Chevrolet. Duas empresas locais dominam o mercado de montagem: GH Ghabbour para as marcas Chery e Hyundai e Mansour Automotive para Chevrolet como parte de uma joint venture com a General Motors.