Inúmeras empresas tiveram de procurar mecanismos para reduzir o impacto negativo ao seu funcionamento, conseguindo, em muitos casos, encontrar soluções que foram mantidas mesmo após o fim da pandemia.
Um factor constante nesse processo, porém, foi a necessidade de muitos gestores terem de estar fisicamente presentes, sempre que possível, na própria empresa, devido à existência de tarefas difíceis de serem executadas remotamente, sobretudo no universo das pequenas e médias empresas.
Em realidades como a angolana, onde ainda existe uma fraca digitalização da actividade empresarial e uma débil penetração de canais híbridos de assistência ao cliente, a presença física representa um factor preponderante para: i) manter a relação com o cliente e os fornecedores, ii) estimular o comprometimento e entrega ao trabalho dos funcionários, iii) fomentar a coesão entre colegas e iv) garantir uma adequada execução das tarefas quotidianas.
Não obstante a necessidade da presença física, são cada vez mais frequentes os casos de iniciativas empresariais promovidas por empreendedores com pouca disponibilidade para a gestão presencial do próprio negócio, seja por motivos profissionais (como um emprego que exige a presença física), como por motivos familiares. Os empreendedores nesta condição têm optado pela gestão remota da própria empresa, por intermédio de canais digitais ou através de pessoas de confiança, que o substituem nas tarefas quotidianas.
Este modelo de gestão, para uma empresa recém-criada e numa realidade como a angolana, pode revelar-se bastante ineficaz e com baixa probabilidade de êxito, pois, priva o negócio da presença do seu idealizador, impactando negativamente no ritmo de trabalho e na garantia do mesmo nível de entrega, supervisão e acompanhamento, factores essenciais para o sucesso do negócio.
A gestão remota, na modalidade em que é exercida pelos nossos empresários, tem contribuído para a morte prematura dos próprios negócios, provocando a manutenção da elevada taxa de mortalidade do ecossistema empresarial angolano, que ronda a níveis acima dos 60%.
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Remote entrepreneurs
One of the pandemic’s great surprises was the ability shown by companies to reinvent themselves, managing to maintain productivity despite all the challenges posed by urban mobility restrictions. Countless companies had to look for mechanisms to reduce the negative impact on their operation, managing, in many cases, to find solutions that were maintained even after the end of the pandemic.
A constant factor in this process, however, was the need for many managers to be physically present, whenever possible, in the company itself, due to the existence of tasks that are difficult to be carried out remotely. This is especially true in the universe of small and medium-sized companies.
In realities such as Angola, where there is still a weak digitization of business activity and a weak penetration of hybrid customer assistance channels, physical presence represents a preponderant factor for: i) maintaining the relationship with the customer and suppliers, ii) encouraging employees' commitment and dedication to their work, iii) fostering cohesion among colleagues and iv) ensuring proper execution of daily tasks.
Notwithstanding the need for physical presence, cases of business initiatives promoted by entrepreneurs with little availability for the face-to-face management of their own business are increasingly frequent, either for professional reasons (such as a job that requires physical presence), or for family reasons. Entrepreneurs in this condition have opted for the remote management of their own company, through digital channels or through trusted people, who replace them in everyday tasks.
This management model, for a newly created company and in a reality like the Angolan one, can prove to be quite ineffective and with a low probability of success, as it deprives the business of the presence of its creator, negatively impacting the pace of work and the guarantee of the same level of delivery, supervision and follow-up, essential factors for the success of the business.
Remote management, in the modality in which it is carried out by our entrepreneurs, has contributed to the premature death of their businesses, causing the maintenance of the high mortality rate of the Angolan business ecosystem, which hovers at levels above 60%.
Read the full article in the March issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).