O respectivo fornecimento representa, percentualmente, o número espantosamente reduzido de 00,0001934% do consumo total. Porém, a meta do Governo para os próximos sete anos é garantir que asseguram 74% desse consumo.
Menos de 1% da população angolana tem acesso ao fornecimento de energia eléctrica à base de fontes renováveis, sendo as províncias de Malanje, Bié, Moxico, Cuando Cubango, Cunene, Huíla, Lunda Norte e Zaire as pioneiras na implementação de projectos relacionados com as energias alternativas, segundo dados avançados à Economia & Mercado pela chefe da Direcção Nacional de Energias Renováveis (DNER), Sandra Cristóvão.
A capacidade instalada resume-se a 550 quilowatts (kWh) de energia solar fotovoltaica e limita-se à iluminação pública, ao fornecimento a escolas primárias e secundárias, a hospitais públicos e postos de polícia, embora estejam em curso novos projectos de instalação de painéis solares nas províncias do Cuanza Sul, Lunda Sul e no Cuando Cubango.
De um modo global, o orçamento dos projectos em funcionamento atingiu os mil milhões de kwanzas em 2017, sendo esses projectos limitados à produção doméstica (não industrializada), conforme dados da Direcção Nacional de Energias Renováveis.
Os números estão visivelmente a quém das necessidades de consumo e da perspectiva do Governo até 2025.
Segundo a Estratégia Nacional para as Energias Renováveis para os próximos sete anos, o Governo pretende criar 500 aldeias solares, produzir 100 megawatts (MW) de energia eólica e 80 MW na central térmica da cidade do Luena, província do Moxico.
A Estratégia Nacional para as Energias Renováveis 2025 apresenta ainda perspectivas ambiciosas no ramo das “energias limpas”, incluindo também a meta de 800 MW, com destaque para a biomassa, que deverá garantir 500 MW, sendo o restante garantido com 100 MW por cada uma das restantes fontes: vento, sol e mini-hídricas.
No entanto, a realidade encontra-se longe do objectivo, com um fornecimento limitado à produção de energia solar fotovoltaica de 550 quilowatts (KW).
Mesmo assim, Sandra Cristóvão encara os números numa perspectiva positiva. “Se analisarmos a dimensão de projectos hídricos existentes, por exemplo, poderemos dizer que a produção de energia renovável é muito pouca. Mas se avaliarmos os benefícios inerentes aos 550 KW, a percepção é outra. Veja-se, por exemplo, os benefícios de 5 KW numa escola no interior do país. Ou num posto médico, num posto de polícia... Se avaliarmos o contexto geral da potência de fornecimento de energia eléctrica à base do fornecimento convencional, diríamos que é pouco, mas se analisarmos os benefícios imediatos numa localidade recôndita, então a percepção é outra”, diz.
Sandra Cristóvão considera as energias renováveis uma aposta viável quando avaliadas as limitações impostas ao fornecimento de energia eléctrica convencional no país.
“O país não está inteiramente ligado à rede de electricidade, havendo zonas que não beneficiam de energia da rede de transporte existente. Por isso, a aposta nas energias renováveis favorece e torna mais rápido o transporte de energia aos locais que o fornecimento pela rede convencional não alcança”, argumentou.
Na projecção para 2025, Angola terá 74% de potência energética renovável instalada, com posição privilegiada a nível dos países da SADC.
“A energia solar encontra-se num ponto mais avançado no quadro da produção de energia renovável. Temos um programa, designado Aldeia Solar, cujo objectivo é instalar sistemas solares autónomos em zonas rurais”, refere.
Leia mais na edição de Fevereiro de 2018.
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