A Bancada Parlamentar da Frelimo submeteu, ontem (03.05), ao Parlamento o projeto de revisão pontual da Constituição, para que se adie a realização das eleições distritais em 2024.
O porta-voz da Bancada da Frelimo no parlamento, Feliz Silvia, explicou em conferência de imprensa que o seu partido propõe o adiamento das eleições distritais, tendo em conta o relatório apresentado pela Comissão de Reflexão sobre a Viabilidade do Processo.
Neste sentido, a bancada da Frelimo propõe que as eleições distritais sejam realizadas quando se julgar oportuno.
"A bancada da Frelimo submeteu uma proposta de revisão pontual da Constituição da República, concretamente para alteração do número três do artigo 311 que fixa a realização das eleições distritais em 2024. Passando este número a ter uma redação diferente que fixa que as eleições devem ser realizadas quando as condições estiverem criadas", argumentou.
Entretanto, o porta-voz dabancada da Renamo no Parlamento, Arnaldo Chalawa, recusou-se a emitir um comentário sobre o assunto, tendoexplicado que a sua bancada não teve ainda acesso ao documento da Frelimo.
Por sua vez, analistaentrevistado pela DW, Hilario Chacate, explica que a posição da Frelimo já eraexpectável, tendo em conta ter sido um assunto despoletado pelo presidente dopartido.
“Era previsível que a Frelimomexesse com a Constituição porque não havia outra forma de adiar as eleiçõessem mexer a Constituição. O adiamento das eleições significa mexer com aConstituição porque está escrito. O que não compreendo é que o Governo queliderou este processo todo, não é o mesmo governo a submeter a proposta, mas simo partido Frelimo.”
Hilario Chacate considera aindaque o debate realizado pela comissão de reflexão sobre a viabilidade daseleições distritais não foi inclusivo.
"Eu sempre concordei quehavia um espaço para o debate profundo sobre esta matéria mas, me parece quenão houve profundidade, inclusão e franqueza, neste processo de auscultaçãofeito em menos de 30 dias. Não me parece. No final vai se criar uma perceção deque foi uma imposição do Governo para o adiamento das eleições distritais.”