Angola precisa de melhorar no capítulo da confiança para atrair investimento estrangeiro, assegurou a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, que falou em exclusivo às ‘Conversas E&M 25 Anos’, podcast criado para celebrar o 25º aniversário de existência da Revista Economia e Mercado.
A declaração da ministra das Finanças resultou das interrogações de que foi alvo por parte de certas individualidades estrangeiras nos vários eventos internacionais nos quais participou, cujo assunto em discussão era a captação de investimento a favor do País.
“Angola quer atrair investimento estrangeiro, mas temos aqui em várias instituições grandes investidores ou poupanças significativas de pessoas individuais angolanas. Por que vocês não são os primeiros a investir no vosso próprio País”, afirmou a ministra da Finanças, referindo-se às individualidades estrangeiras que a confrontaram “em jeito provocatório”.
Perante tal facto ou situação, a auxiliar do Titular do Poder Executivo (João Lourenço) para as Finanças e matérias afins (Vera Daves de Sousa) chamou a atenção para a necessidade de se trabalhar no tema da confiança.
“Os privados, as entidades individuais e colectivas perceberam que existem oportunidades em Angola que devem ser aproveitadas”, disse a ministra.
Quanto à gestão da dívida, Vera Daves de Sousa informou que o Ministério das Finanças trabalha no sentido de evitar mais stress ao stock da dívida pública, razão pela qual o Estado este ano ainda não emitiu eurobond.
Em caso de emissão de eurobond, assegurou, as taxas de juros exigidas para Angola adicionariam stress ao serviço da dívida “que temos de fazer face, de modo a contratar novo financiamento em melhores condições financeiras. Essa é a primeira parte da estratégia”.
A segunda parte da estratégia, asseverou, está em honrar com os compromissos em tempo útil, a fim de reforçar a confiança dos investidores para que percebam que Angola é um bom pagador.
“Temos também dialogado com os parceiros internacionais para, sempre que possível, fazer reconfigurações. Como deve ter acompanhado, fizemos com a China para acelerar pagamentos para recebermos mais liquidez em dólar (USD)”, declarou Vera Daves de Sousa.
Pode assistir ao podcast Conversas 25 Anos aqui.