O presidente da República de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, enfrenta a primeira contrariedade governativa, seis dias depois de assumir os destinos daquele país lusófono, localizado na costa oriental de África.
Os funcionários públicos, representados por quatro associações profissionais, convocaram, a partir de hoje (21), greve geral por tempo indeterminado. A falta de pagamento do 13º salário é a causa apresentada pelos professores, enfermeiros, médicos, motoristas e outros quadros ligados à função pública.
Dezenas de profissionais do Hospital Central de Maputo (capital moçambicana) paralisaram as actividades, face à insatisfação pelo atraso no pagamento do 13º terceiro, referente ao exercício económico de 2024.
“Todos os enfermeiros foram unânimes em dizer que não se farão presentes enquanto não receberem o seu 13º salário”, afirmou o presidente da Associação dos Enfermeiros, Raúl Piloto, para mais adiante declarar que o descontentamento tomou conta da classe na República de Moçambique.
“Agora não vamos aceitar aquelas percentagens e roubalheiras que o governo vinha dando ao funcionário público. Agora queremos é o 13° salário na totalidade”, declarou o presidente da Associação Nacional dos Professores, Isaac Marrengula, que disse estar cansado de promessas falsas.
A paralisação das actividades na função pública em Moçambique foi convocada pela Associação Nacional dos Enfermeiros de Moçambique (Anemo), Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), a Associação dos Professores Unidos (APU) e o Sindicato Nacional da Função Pública (Sinafp).
O governo moçambicano, reunido em Conselho de Ministros, reconheceu a dificuldade de pagar o 13º salário aos funcionários públicos, alegando problemas na colecta de recursos em função das manifestações pós-eleitorais, mas prometeu encontrar uma solução.