3
1
PATROCINADO

Moçambique: Manifestantes resistem à violência policial

Fernando Baxi
5/11/2024
1
2
Foto:
DR

Pairam suspeitas de que Filipe Nyusi (presidente cessante) possa decretar estado de emergência por causa da revolta pós-eleitoral que se instalou em Moçambique.

As manifestações contra os resultados das eleições gerais de 09 de Outubro persistem, apesar da repressão dos agentes da Polícia de República de Moçambique (PRM). As autoridades apelam aos jovens para se absterem dos protestos. Mas estes resistem, inclusive contra a brutalidade policial.

Membros da sociedade civil afirmam que Moçambique está um caos. Quitéria Guirengane, activista social, afirmou (em declarações à imprensa) que o poder político naquele país lusófono está sem legitimidade para governar, pois a ordens emanadas são pura e simplesmente desrespeitadas.      

“Hoje (05) é dia da legalidade, onde é que estão? A cerimónia oficial era na Praça dos Heróis, cancelaram. Eles próprios estão em ‘lockdown’”, disse a activista social moçambicana consternada com o estado actual do país.      

A situação ganhou outros contornos após Venâncio Mondlane, candidato à presidência de Moçambique, ter solicitado o apoio do povo moçambicano para greve geral de sete dias. Contra a expectativa do governo (cessante), os trabalhadores solidarizaram-se com o sobrinho de Eduardo Mondlane.    

Pairam suspeitas de que Filipe Nyusi (presidente cessante) possa decretar estado de emergência por causa da revolta pós-eleitoral que se instalou em Moçambique, logo após ao anúncio dos resultados provisórios que davam vantagem à FRELIMO e ao candidato presidencial Daniel Chapo.

O estado de emergência, advogam alguns membros da sociedade civil, seria aproveitado por Filipe Nyusi para se manter no poder e assim evitar os processos judiciais, no âmbito das dívidas ocultas. “Daria-lhe a possibilidade de tirar vantagens no negócio do gás natural”.  

Em relação ao assunto do estado de emergência, Quitéria Guirengane considera que Filipe Nyusi colocaria a própria cabeça a prémio, caso se socorra daquele ‘remédio constitucional’ para se manter no poder.

“Ele tem estado a fazer um esforço desmedido a nível internacional a dizer que o povo não se está a manifestar, que é um grupinho de pessoas, vândalos e marginais instrumentalizados”, disse para mais adiante afirmar que os moçambicanos estão a dizer que querem a verdade.