O apelo de Venâncio Mondlane à manifestação contra os resultados das eleições gerais (de 09 de Outubro de 2024) tem respaldo popular por ser unânime entre os moçambicanos que há indícios de fraude, confidenciaram à E&M membros da sociedade civil residentes em Maputo.
“Maputo está uma cidade ‘assustada’ com pouca gente nas ruas. Os trabalhadores informais tentam sobreviver (estão sem opções). As forças de defesa e segurança estão em toda a parte, apesar de até agora não haver registo de violência. Ainda assim, a incerteza e o medo instalaram-se. O comércio formal e os bancos continuam fechados”, disse Adelino Mutola.
Os transportes públicos na capital moçambicana (Maputo), principalmente hoje (1º de Novembro) estão escassos, mas este facto passa despercebido por muitos, pois há pouca procura. “As pessoas têm medo de sair às ruas”.
Muitos trabalhadores, aludiu Adelino Mutola, responderam positivamente ao apelo à greve de Venâncio Mondlane, candidato independente à presidência de Moçambique, apoiado pela formação política PODEMOS, que “é uma forma de sancionar a CNE por indícios de fraude eleitoral”.
“É quase unânime entre os moçambicanos que houve fraude. Por isso as orientações de Venâncio Mondlane registam níveis elevados de adesão. As pessoas não estão felizes com a FRELIMO, demonstram muita revolta com o regime”, afirmou o activista social, residente em Maputo (Moçambique).
As instituições do Estado naquele país lusófono (banhado pelo oceano Índico), continuou, são controladas pelo partido no poder, razão pela os moçambicanos esperam por resultado desfavorável para o PODEMOS e Venâncio Mondlane do recurso que estes impetraram no Conselho Constitucional contra os resultados eleitorais divulgados pela CNE.
“Tudo foi feito para fazer prevalecer a fraude e as instituições competentes, incluindo o Conselho Constitucional, não dão sinal de que a situação possa mudar”, declarou Adelino Mutola em declarações à E&M.
Informações divulgadas pela imprensa moçambicana e internacional dão conta de 11 mortos e mais de 300 feridos em resultado dos confrontos entre efectivos da Polícia da República de Moçambique (PRM) e manifestantes.