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Moçambique: Nyusi termina mandato “manchado” de sangue

Fernando Baxi
8/11/2024
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Foto:
DR

As organizações não-governamentais, Amnistia Internacional e Human Rights Watch, consideram que o actual momento em Moçambique é marcado por repressão.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) reprime com brutalidade os manifestantes em Maputo. O comportamento ‘criminoso’, segundo a sociedade civil moçambicana, da força policial tem o beneplácito do governo cessante, ainda liderado pelo presidente Filipe Jacinto Nyusi.      

O mote da ‘sublevação’ popular moçambicana são os resultados das eleições gerais de 09 de Outubro de 2024, que supostamente dão vantagem à FRELIMO (legislativas) e Daniel Chapo (presidenciais). Venâncio Mondlane, candidato à presidência, contestou e tem o apoio popular. 

O povo moçambicano, afirmam membros da sociedade, é a favor de Venâncio Mondlane por reconhecer que todo o processo eleitoral decorreu sob inúmeras acusações de falta de transparência e fiscalização, principalmente nos quinze dias que mediaram o dia da votação e do anúncio dos resultados eleitorais. 

A comunidade internacional tem o mesmo entendimento. Os observadores da União Africana e da SADC, apesar da ‘simpatia’ pela FRELIMO, criticaram as irregularidades constatadas durante a fase eleitoral e pós-eleitoral. 

O descontentamento, de acordo com os meios de comunicação social em Maputo, generalizou-se após os assassinatos de Elvino Dias (advogado de Venâncio Mondlane) e Paulo Guambe (mandatário do PODEMOS), na madrugada do dia 19 de Outubro de 2024. Os malogrados preparavam o processo de reclamação dos resultados junto do Conselho Constitucional. 

Elvino Dias e Paulo Guambe, foram as primeiras vítimas pós-eleitoral, como chegou a afirmar uma entidade portuguesa que participou do processo eleitoral de 09 de Outubro de 2024, na condição de observador. 

Os protestos contra os resultados eleitorais continuaram e de forma mais fervorosa com a convocação de greve geral, solicitada por Mondlane. O povo acolheu, as forças de ordem e segurança tentaram impedir a marcha pacífica, resultando em confrontos sangrentos que já vitimou 16 pessoas.  

As organizações não-governamentais, Amnistia Internacional e Human Rights Watch, consideram que o actual momento em Moçambique é marcado pela pior repressão dos últimos anos contra os protestos populares.

“O número de vítimas aumenta diariamente, com derramamento de sangue completamente desnecessário, uma vez que as autoridades tentaram parar um movimento de protesto pacífico com força letal", disseram.