Fala fluentemente quatro línguas – Português, Francês, Inglês e Espanhol. Tem várias pós-graduações, com destaque para Estatísticas e Tratamento de Dados; Análise Estatística Multivariada e Análise de Pobreza.
Foi director nacional do Ambiente, assistente do representante residente e do director do PNUD em Angola. Actualmente, além da função de director-geral do INE, é membro efectivo do Grupo de Alto Nível para Parceria, Cooperação e Capacitação das Nações Unidas, em Estatística, em representação de Angola e dos Países daSub-região da SADC.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) já corresponde aos desafios do actual contexto do país?
Os institutos nacionais de estatística no geral, e o INE de Angola em particular, para além do contexto actual que o país e o mundo atravessam, devem fazer face aos desafios da sempre crescente necessidade de informação estatística pertinente, actualizada e de qualidade. O contexto actual do país caracteriza-se por uma maior necessidade de informação estatística para monitorização de programas do Executivo.
De igual modo, temos a responsabilidade de, cada vez mais, contribuir como um elemento de base para o aumento da literacia estatística.
Quais são as principais tarefas agendadas para os próximos meses e, quiçá, para os próximos dois anos?
Temos muitas tarefas, das quais destacamos o Recenseamento Agro-pecuário e Pescas - RAPP, que terminará em 2020; o Recenseamento Empresarial e de Estabelecimentos (REMPE); o Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) 2020; a continuidade da realização dos Inquéritos Trimestrais ao Emprego em Angola; a produção e publicação da nova Taxa de Pobreza Monetária, para actualizar a taxa de 2008/2009; o apoio aos governos provinciais e futuras autarquias; e a criação de condições objectivas para a construção das restantes 11 sedes provinciais do INE.
Os dados divulgados pelo INE muitas vezes são questionados. Há razão para desconfiança?
Tudo depende, na maior parte dos casos, da expectativa do usuário e da capacidade de análise da informação estatística produzida pelo INE, que não produz nem difunde informação estatística para corresponder às expectativas dos usuários. Antes de 2014, a estatística, em termos de informação produzida pelo INE e não só, estava ao alcance de um leque de “privilegiados”. O Censo de 2014 foi um catalisador para a importância que a estatística pode e deve ter na compreensão dos fenómenos sociais, económicos e de várias índoles. De igual modo, existe ainda a velha percepção de que as instituições nacionais são incapazes e que o que produzem não é credível.
Por conseguinte, mais vale confiar na informação produzida no exterior, mesmo que, por vezes, não se saiba que instituição é de facto e qual é a base de produção da informação que publica.
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