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O papel da Arquitectura Empresarial na concretização da Estratégia

Filipa Bilbao
13/8/2024
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No mundo actual, o aparecimento contínuo de desafios transformacionais como resultado das tecnologias emergentes, pandemias e guerras exige organizações mais ágeis e flexíveis.

Imagine por um momento que uma organização era uma cidade em constante crescimento e inovação, com edifícios imponentes, parques e ruas movimentadas, sustentada numa infra-estrutura robusta que realmente permitia aos cidadãos e animais habitarem este espaço. A Arquitectura Empresarial (AE) surge assim em linha com o conceito “Arquitectura e Urbanismo” que todos conhecemos. Ambos seguem uma abordagem holística e procuram uma visão integrada para optimizar a funcionalidade e a eficiência dos respectivos domínios.

A AE pode ser entendida como o projecto urbanístico que orienta cada passo da estratégia. Tal como um arquitecto visionário desenha uma cidade para prosperar, os líderes organizacionais recorrem à AE para conceber organizações ágeis e eficientes para enfrentar os desafios transformacionais do século XXI.

Ao explorar a AE compreendemos que esta não trata apenas planos e diagramas, mas sim uma jornada que permite transformar organizações em entidades resilientes e adaptáveis, onde as várias peças são cuidadosamente projectadas para construir estruturas robustas e sustentáveis no longo prazo.

A AE pode ser representada em dois domínios: Negócio e Sistemas e Tecnologias de Informação. Domínios estes cuja relevância da intersecção e dependência é há muito explorada na literatura, por autores como Michael E. Porter ou David L. Rogers, entre muitos outros.

O domínio do Negócio é representado pela arquitectura “estratégica”, onde se encontra o posicionamento da organização, capacidades e a oferta. Esta arquitectura coexiste com a camada “funcional”, onde é definido o modelo de actuação em alinhamento com a estratégia. Paralelamente, no domínio dos Sistemas e Tecnologias de Informação, encontramos as arquitecturas aplicacional, informacional, tecnológica e de gestão e segurança, bem como o respectivo modelo de operação.

Por um lado, o conhecimento integrado e transversal dos níveis da AE permite que os gestores façam uma gestão dos sistemas de informação consciente do seu papel na relação com o negócio para a criação de maior valor. Por outro, cria no negócio a consciência de que quando se trata de executar a estratégia, a AE é, per se, uma ferramenta de conhecimento essencial que encerra os conceitos fundamentais, que devem servir de guideline a qualquer alteração que seja efectuada na organização, assegurando assim uma linha para a conformidade e coerência.

Ao adoptar a AE, as organizações presentes no mercado nacional poderão superar um conjunto de desafios comuns, nomeadamente:

  • Alinhamento Estratégico: assegurar que os investimentos em TI estejam intrinsecamente ligados aos objectivos estratégicos da organização;
  • Simplificação de Sistemas: reduzir a complexidade dos sistemas de TI, eliminando redundâncias e promovendo a padronização;
  • Agilidade Organizacional: aumentar a capacidade de adaptação célere a mudanças de mercado ou regulamentação;
  • Eficiência de Custos: identificar maneiras de reduzir gastos operacionais e de TI, optimizando recursos e processos;
  • Governança e Conformidade: definir práticas de governança que suportem decisões mais seguras e em conformidade com regulamentos;
  • Segurança de Dados: proteger informação sensível e salvaguardar a privacidade dos dados;
  • Inovação e Transformação Digital: promover a adopção de novas tecnologias e abordagens para assegurar uma organização competitiva.

Conhecer a AE é conhecer as fundações da organização, é ter acesso a uma visão integrada e holística de longo prazo de processos, sistemas e tecnologias. A análise da AE permite reflectir, antecipar e planear a criação de valor, fornecendo um meio para a tomada de decisão para aquelas empresas que pretendem ser eficientes, seguras e competitivas em mercados tão desafiantes como é o angolano. Assim, cabe a cada líder organizacional reflectir sobre a seguinte questão “a arquitectura empresarial actual projecta e permite construir o futuro da minha organização, moldando-a para o sucesso no dinâmico mercado angolano?”