A implementação de programas de aprendizagem com base nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são uma tendência crescente nas escolas e centros de ensino em todo o mundo. Se, por um lado, permitem aumentar o nível de domínio de ferramentas digitais, promovendo a inclusão e alfabetização digital, por outro potencializam o próprio sistema educativo, sacudindo o pó de metodologias tradicionais e obsoletas.
As TICs e os seus recursos tecnológicos trazem, assim, um novo paradigma ao binómio ensinar/aprender, onde o professor é um mediador importante, ao mesmo tempo que despertam nos alunos uma maior atenção e interesse pelas tarefas educativas.
Neste processo de alfabetização digital, os estudantes são instados a aprender, a valorizar a interacção com os seus colegas no processo de pesquisa pela vasta rede digital e no processamento dessa própria informação. Ao desenvolver capacidades de seleccionar, reflectir, criticar e sintetizar uma quantidade antes inimaginável de informação, os alunos reforçam a sua alfabetização digital – conceito que se refere não só ao manuseio de equipamentos e ferramentas, mas sobretudo à capacidade crítica durante o uso desses recursos.
No nosso país, o casamento definitivo entre tecnologia e educação parece ainda não ter data marcada, mas o namoro já começou. Apesar de estarmos muito aquém de outros lugares, é inegável que a informática cada vez se consolida mais como ferramenta de informação, pesquisa e entretenimento para todos, em particular os mais jovens.
Para acelerar a inclusão e alfabetização digital vão surgindo pouco a pouco programas do governo, da sociedade civil e das empresas. Uma das iniciativas mais antigas no país é o torneio Golfe Solidário, acção de responsabilidade social da Internet Technologies Angola. Nos últimos 12 anos, os recursos arrecadados nestes torneios ajudaram a equipar e a dotar de sinal de internet dezenas de salas de informática. As mais de dez escolas beneficiadas até hoje (segundo recomendação do Ministério da Educação) são de regiões com índices altos de exclusão digital. Este projecto inclui também a capacitação profissional de estudantes universitários na área das tecnologias de informação.
À distância de um só clique, abre-se um mundo infinito de possibilidades. A inclusão e alfabetização digitais são, como tal, determinantes para o futuro de cada um de nós, como indivíduos, e do país, como colectivo.
*Director Geral da Internet Technologies Angola