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O produto deixou de ser o centro da comunicação

Sebastião Vemba
19/10/2018
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Foto:
Carlos Aguiar

Carolina Barros iniciou a sua actividade no jornalismo, no jornal “A Capital”, passado por outros órgãos, como “Angolense”, “E&M”, “Talentos”, “Figuras &Negócios” e Reuters.

É formada em Gestão e Marketing e tem especialização em Marcas e Produtos, pela ESPM. Na On Time, empresa que criou há seis anos, Carolina Barros é responsável pela captação e gestão de clientes, relação com a media nacional e internacional e gestão do capital humano.

Qual é a receita para se ser uma boa Relações Públicas (RP) ou profissional de comunicação, principalmente na conjuntura actual do país, em que as empresas têm menos recursos, porém percebem, cada vez mais, que é necessário comunicar e gerir melhor a sua imagem?

Exige um exercício diário de superação. A nível corporativo, a On Time procura, antes de mais, perceber as necessidades dos seus parceiros para assim poder corresponder às suas expectativas, proporcionando-lhes os melhores resultados. Estamos numa era em que o produto deixou de ser o centro da comunicação e os consumidores estão mais activos. Isso exige um trabalho redobrado das marcas, um trabalho árduo para conquistar a confiança quer dos clientes, quer dos meios, sendo que esta mesma confiança pode ser facilmente abalada. Respondendo directamente à pergunta, não acho que exista uma receita ou “fórmula mágica”. Existem a estratégia e a adaptação às disponibilidades do mercado. Isto é fundamental para sobreviver num contexto como o que vivemos actualmente.

Quais têm sido os principais obstáculos que enfrenta na sua actividade profissional?

Os obstáculos são muitos e ainda bem que existem. São as avaliações de desempenho invisíveis a que somos sujeitos, mas que nos fazem reinventarmo-nos. Não podemos parar sempre que nos surge um obstáculo. Têm sido seis anos de grandes “ondas” e ainda bem que elas existem. É que depois dessas “marés” passarem por nós há algo que nunca esquecemos: o poder da Gratidão.

Que desafios sente que tem pela frente, passados estes seis anos de On Time?

Os desafios são muitos. Sou uma mulher de muitos sonhos, logo, ainda tenho muito por realizar, tenho muito em que superar-me e, acima de tudo, muito a aprender. Em relação à empresa, o maior desafio passa pelo crescimento qualitativo. Não passa pelo aumento da carteira de clientes mas sim por prestar um apoio com maior qualidade, o que poderá permitir conquistar outros mercados estratégicos. Este processo passa, obviamente, pela aposta na formação contínua de todos os elementos da família On Time.

Como avalia o ensino da comunicação em Angola? O estado do sector será reflexo do tipo de formação disponível?

Há muito para discutir em torno da questão da formação. Em 2017 tive a experiência de leccionar num curso de Comunicação Social, numa das instituições privadas do país. Mais do que atribuir culpas, há um ponto em que todos temos de estar de acordo: somos todos chamados a dar o nosso contributo de forma a melhorar a qualidade do ensino em geral e do ensino da comunicação em particular. Ainda temos instituições mais focadas no lucro e menos nas competências técnicas e profissionais dos alunos. Por mais que os professores tentem transmitir o seu conhecimento e experiência, há bloqueios, a vários níveis, para que tal não aconteça. Entretanto, hoje há muito mais oportunidades e ferramentas para que o exercício da comunicação social seja excelente. Mais: ainda existem problemas que limitam a capacidade criativa de quem está a aprender. 

Leia mais na edição de Agosto de 2018.

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