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Parque Industrial do Huambo ganha primeira fábrica de medicamentos em 2025

Cláudio Gomes
28/8/2024
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Foto:
DR

Unidade fabril vai produzir 100 milhões de fármacos/ano e está avaliada em 5,7 milhões de USD, financiados pelo Greenfield, fundo gerido pela empresa angolana Deltagest Capital.

A Ovihemba - Laboratório Farmacêutico SA - vai construir a primeira fábrica de medicamentos da província do Huambo, que vai gerar oportunidades de empregos para 32 novos quadros das ciências farmacêuticas, anunciou, esta semana, Sérgio Sousa, presidente do Conselho de Administração (PCA), da Ovihemba - Laboratório Farmacêutico SA.

Avaliada em 5,7 milhões de USD, 2,5 milhões dos quais destinados para a construção da referida unidade fabril, a farmacêutica Ovihemba é o primeiro investimento do fundo de capital de risco Greenfield, que é também o primeiro fundo em Angola com política de investimento ‘ESG’ (política ambiental, social e de governação), apurou a Economia & Mercado. 

A conclusão das obras está prevista para Fevereiro de 2025, sendo que o início das operações e comercialização dos fármacos está aprazado para dentro de um ano, de acordo com o PCA da empresa promotora.

“A fábrica terá uma capacidade de produção de 100 milhões de comprimidos por ano, sendo por isso considerada uma fábrica de pequena dimensão. No entanto, entendemos ser adequada para as condições actuais, uma vez que precisamos inicialmente de dominar o processo produtivo de medicamentos em Angola”, sublinhou Sérgio Sousa.

Segundo o gestor, a fábrica, a ser construída numa área de 800 metros quadrados na zona industrial de São Pedro, vai produzir outros tipos de medicamentos na segunda fase, mas, inicialmente, “produzirá paracetamol, enalapril, bactrim e o quarten, que são medicamentos de grande consumo.

PCA da Ovihemba - Laboratório Farmacêutico SA

Inicialmente, frisou Sérgio Sousa, os 100 milhões de comprimidos serão produzidos por 32 técnicos farmacêuticos formados naquela província académica. 

“Contando com os trabalhadores administrativos, este número poderá crescer até cerca de 50 novos postos [de trabalho]”, afirmou, realçando que a iniciativa é o primeiro passo para o desenvolvimento da indústria farmacêutica em Angola.

Observou que a província do Huambo foi identificada como a que reuniu melhores condições em termos de localização geográfica, oferta formativa e benefícios fiscais.

“A província está localizada no Centro do País, com facilidades de acesso terrestre e ferroviário para todo o território nacional e internacional, bem como a diversificada oferta educativa e sem descurar os benefícios fiscais”, salientou.

Governo aplaude iniciativa 

O director do Gabinete de Desenvolvimento Económico e Integrado da província do Huambo, Manuel Vitongue, aplaudiu a iniciativa, referindo que o projecto é um contributo para a diversificação da oferta de empregos directos.

“É muito importante porque, além de termos localmente a produção de medicamentos, também teremos novos postos de empregos para a juventude que tanto clama. Sabemos que o Estado não consegue absorver todos, por isso temos que promover este tipo de investimento para que, por esta via, se possa absorver a força de trabalho”, sublinhou. 

“Temos agora a vantagem do Corredor do Lobito, isto quer dizer que os operadores que implementarem projectos industriais na nossa província têm a facilidade de escoar os produtos para a região Austral de África via caminho-de-ferro, ou via Porto do Lobito”, apontou Manuel Vitongue.