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PR quer um ensino superior público “de qualidade, exigente, que não se limite a dar diplomas”

Victória Maviluka
22/11/2024
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Foto:
DR

João Lourenço orientou aos novos titulares do Ensino Superior e da Agricultura que “abandonem um pouco os gabinetes e mantenham contacto com as instituições”.

O Presidente da República, João Lourenço, manifestou-se preocupado com a actual qualidade do ensino superior público no País, pelo que pediu ao novo titular do sector que faça um diagnóstico capaz de identificar “os pontos fracos” para a devida correcção e melhoria.

“Traga-nos propostas concretas do que entende ser necessário fazer-se para passarmos a ter um ensino superior público de qualidade, exigente, que não se limite a dar diplomas, mas que forme os nossos jovens que acorrem a este sistema de ensino”, disse o Chefe de Estado, quando conferia posse, nesta sexta-feira, 22, a Albano Vicente Lopes Ferreira.

Na ocasião, João Lourenço recomendou ao novo homem forte do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação que “ande um pouco pelo País, que faça visitas” às instituições: “Uma visita de campo, uma visita no terreno, vale mais do que ler dez relatórios sobre o mesmo problema”. 

Ao dirigir-se igualmente ao novo ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, o Titular do Poder Executivo orientou que “abandonem um pouco os gabinetes e mantenham contacto com as instituições que estão sob vossa tutela”.

Ao veterano Isaac dos Anjos, ex-secretário do Presidente da República para o Sector Produtivo, João Lourenço recomendou que “tenha em mente a necessidade de sermos mais ambiciosos” no domínio da agricultura, numa altura em que “muito se fala” da necessidade do combate à fome e à miséria e de garantia da segurança alimentar.

“O nosso País tem tudo para dar certo neste domínio da agricultura, tudo ou praticamente tudo: terras aráveis, água abundante, bom clima, gente com vontade de trabalhar. As famílias, sobretudo as do campo, estão a dar-nos uma grande lição”, disse.

Afirmou que a agricultura familiar “está a crescer a olhos vistos” e que “já existe muita produção no campo, de praticamente todos os bens essenciais” ao consumo humano.

“Precisamos organizar-nos melhor, de ter políticas que possam maximizar os recursos disponíveis neste sector”, reiterou o Presidente da República 

Informou que “vem aí a fábrica de fertilizantes” do Soyo, a fábrica de vacina animal do Huambo: “Com estes dois investimentos, teremos, basicamente, tudo o que necessitamos para dar o tão esperado salto na produção agrícola”.

João Lourenço afirmou que o Executivo está a fazer “um esforço muito grande” para levar água “em abundância” ao Sul de Angola, nomeadamente para as províncias da Huíla, do Cunene e do Namibe, com projectos que são “caros, que vão acumular e distribuir milhões” de metros cúbicos de água.

“Precisamos tirar o máximo proveito desse investimento, que já está a decorrer no Cunene; acontecerá em breve na Huíla e no Namibe. Esses milhões de metros cúbicos de água devem ser transformados em alimentos. Só assim se justifica o esforço que estamos a fazer”, declarou.