O reinício das operações militares israelitas na Faixa de Gaza expõe a visão antagónica entre o presidente de Israel, Isaac Herzog, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, também a contas com a justiça por suspeitas de corrupção.
Isaac Herzog disse estar profundamente perturbado com o recomeço dos ataques na Faixa de Gaza e consequentemente no regresso dos reféns ali mantidos pelo Hamas, desafiando assim o chefe do governo israelita.
Para o presidente do Estado hebreu é impossível retomar os combates enquanto se prossegue a missão “sagrada” de repatriar os reféns israelitas mantidos na Faixa de Gaza, Palestina, pelo Hamas. Inclusive, lamentou a convocatória de milhares de reservistas por parte do exército de Israel.
“É inconcebível enviar os nossos filhos para a frente de batalha e, ao mesmo tempo, promover iniciativas controversas que criam divisões profundas no seio da nossa não”, declarou Isaac Herzog, num dia em que o governo, sob proposta de Netanyahu, se reuniu para aprovar a demissão do chefe do serviço de segurança interna (Shin Bet), Ronen Bar.
A decisão do primeiro-ministro de demitir Ronen Bar surgiu após o Shin Bet receber instruções da Procuradoria-geral israelita para investigar supostas ligações de funcionários do gabinete do chefe do governo ao Qatar.
Benjamin Netanyahu justificou a decisão, alegando perda de confiança. Em resposta, Bar disse que o dever de confiança do director do Shin Bet é, antes de mais, para com os cidadão de Israel.
“A expectativa de lealdade pessoal do primeiro-ministro é, fundamentalmente, errónea e contrária à lei do Shin Bet”, disse Ronen Bar.