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“Se já têm conclusões sobre os assassinatos que nos dêem os dados” - atira Nyusi à comunidade internacional

Victória Maviluka
29/10/2024
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Foto:
DR

PR moçambicano diz que as investigações decorrem para se responsabilizar os assassinos do advogado de Mondlane e do mandatário do partido que o apoiou nas eleições.

Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique, criticou a corrente de opinião predominantemente da comunidade internacional que liga os assassinatos de Elvino Dias, advogado do candidato presidencial apoiado pelo PODEMOS, e de Paulo Guambe, mandatário do mesmo partido, à FRELIMO, partido anunciado vencedor das últimas eleições gerais no país.

“Se já têm conclusões sobre os assassinatos de Elvino Dias e Paulo Guambe, que nos dêem os dados para responsabilizarmos os criminosos como Estado”, atirou o Chefe de Estado moçambicano, num discurso em que, numa só sentada, agradeceu a solidariedade da comunidade internacional e criticou aqueles que enveredaram por “‘insinuações’”.

Nyusi pediu, por isso, que a comunidade internacional que recorre a estas insinuações apresente as provas de “que o crime foi cometido pelo partido FRELIMO, conforme sugerem”.
“Não se pode fazer insinuações, isso limita o raciocínio. Um dos embaixadores até teve a coragem de emitir uma comunicação em nome do seu país associando o assassinato ao roubo de votos pela FRELIMO. Como sabe disso? O mais correcto é deixar as investigações prosseguirem”, apelou.

Citado pelo diário local O País, Filipe Nyusi garantiu que as investigações estão a ser feitas, e que é do interesse do Estado e do Governo que haja responsabilização.

“Estamos a investigar de modo a responsabilizar os criminosos para serem julgados e punidos de forma exemplar, com vista a desencorajar actos desta natureza. Tendo em conta o historial eleitoral, importa referir que nunca aconteceu um acto igual e dessa dimensão”, afirmou o Presidente moçambicano. 

Observou que, “ao invés de se presumir” que existe relação desses crimes ao processo eleitoral, o “mais importante é localizar os assassinos” de Elvino Dias e Paulo Guambe, ambos próximos de Venâncio Mondlane, político da oposição, que nega os resultados anunciados pela Comissão Eleitoral que o colocam como o segundo mais votado das eleições gerais.