O mercado cervejeiro angolano produz 800 milhões de litros anuais, de acordo com os dados disponíveis sobre o sector, sendo que 144 milhões estarão a cargo da SODIBA, depois de ter lançado as cervejas Sagres, em 2016, e a Luandina, em Novembro último.
O arranque da produção da cerveja Luandina, da Sociedade de Distribuição de Bebidas de Angola (SODIBA), instalada na comuna do Bom Jesus, no município de Icolo e Bengo, junto às margens do rio Kwanza, representou um investimento de mais de 100 milhões de dólares.
Com o novo investimento, a SODIBA vai incrementar a sua quota no mercado, contando que já produz, há quase um ano, em Luanda, a cerveja Sagres. “Já preparámos a segunda parte da fábrica, com terraplanagem, que vai ser uma duplicação das linhas de produção em paralelo com a linha que acabámos de inaugurar, o que levou a um investimento acima dos 100 milhões de dólares, que era o nosso limite”, avançou o empresário Sindika Dokolo, sócio do empreendimento.
A construção da fábrica teve início em 2015 e durou 24 meses, empregando capitais 100% privados, com o apoio da banca comercial nacional e internacional, revelou ainda Sindika Dokolo que, com a mulher e empresária Isabel dos Santos, detém a SODIBA.
Para assegurar a qualidade do produto, a fábrica da SODIBA dispõe de uma área total de 40 hectares e uma capacidade de produção de 144 milhões de litros, com mais de 200 trabalhadores, sendo 90% capital humano angolano. Com 5% de teor alcoólico, a cerveja estará disponível em todo o território nacional em três formatos diferentes, nomeadamente em garrafa de 33cl retornável, garrafa de 33cl tara perdida e ainda em lata de 33cl.
Sobre as perspectivas para a recuperação deste investimento, o empresário congolês referiu que “tudo vai depender do mercado”. “Estamos num mercado que tem desafios, tem players muito fortes que estão aqui há muitos anos, ou seja, o jogo da concorrência vai ter de ser feito”, assumiu Sindika Dokolo.
O grupo perspectiva ainda a apresentação ao mercado de outros produtos, mas, para já, garantir a melhor representação e o escoamento da nova cerveja é o grande desafio. “Vamos trabalhar para reforçar a presença do produto no nosso mercado, é uma cerveja premium nacional, 100% malte, é um produto bastante ambicioso, exigente”, frisa o investidor.
Com as duas linhas a funcionar, uma para a Luandina e outra para a Sagres, a empresa promete ainda uma série de projectos inovadores. “O objectivo é desafiar o mercado com novos produtos, uma surpresa para o público, sendo que daqui a pouco vão ouvir falar mais da SODIBA”, promete Sindika Dokolo.
Por seu turno, Isabel dos Santos, também sócia do projecto, adiantou à imprensa que existem planos para a exportação da cerveja e a pretensão da SODIBA em encontrar uma empresa que forneça a matéria-prima para a produção da cerveja, num projecto voltado para ajudar as comunidades e contribuir para a formação adicional de emprego e rendimentos.
A empresária Isabel dos Santos confidenciou que a fábrica representa a concretização de um “sonho” iniciado em 2003. “Foi muito difícil, um caminho longo e duro. Tivemos de convencer vários parceiros, convencer a banca, principalmente a banca comercial, a acreditar no nosso sonho, a acreditar que era possível lançar uma marca 100% angolana, quando havia tanto produto importado, e precisávamos de uma indústria em Angola. Mas aqui está”, concluiu.
Já o director da empresa, José Carlos Beato, vincou que todos estão “empenhados em trazer e em desenvolver as melhores práticas em Angola e em ser a melhor e a maior empresa produtora e distribuidora de bebidas” no país.
Mercado abre-se para cervejas premium
A Luandina torna-se, assim, na terceira cerveja premium do país, depois da Bela, que encerrou portas, e da Eka. A aposta num segmento distinto é uma estratégia para “diferenciar-se no mercado”, segundo o accionista do projecto, Sindika Dokolo. “Queremos desafiar o mercado com novos produtos e trazer algo que não seja para massas, no sentido positivo do termo, mas que seja nacional e acessível”, adiantou o empresário.
A fábrica da SODIBA abre depois do fecho da cervejeira Bela, que também era do mesmo segmento, o que levou alguns jornalistas a questionarem sobre a situação. Mas, em resposta, Isabel dos Santos frisou: “Não sei de que fábrica que fechou está a falar. Não tenho conhecimento desse assunto”.
Com as duas linhas a funcionar, uma para a Luandina e outra para a Sagres, a empresa promete ainda uma série de projectos inovadores. “O objectivo é desafiar o mercado com novos produtos, uma surpresa para o público, sendo que daqui a pouco vão ouvir falar mais da SODIBA”, promete Sindika Dokolo.
A unidade fabril da SODIBA tem uma parceria aprovada e indicada pela Sociedade Central de Cervejas (SCC) e pelo Grupo Heineken, em regime de Trade Mark License Agreement.
Os produtos da linha premium são relativamente mais caros por apresentarem características diferenciadas em relação ao produto básico e, por consequência, atingirem um mercado-alvo diferente, com publicidade, embalagens e outros atributos diferenciados. As empresas lançam produtos com estas características para obter vantagens no mercado, enfrentar menos concorrentes, desenvolver tecnologia e inovar.