O Uganda garantiu, esta semana, um financiamento de 2,9 mil milhões de dólares para a construção de uma linha ferroviária eléctrica que vai ligar o país sem litoral ao Quénia.
O financiamento é o resultado de um acordo celebrado com o grupo turco Yapi Merkezi para a construção da linha de mais de 270 quilómetros, que deverá ligar a capital Kampala a Malaba, cidade fronteiriça com o Quénia.
“Este megaprojecto irá melhorar a conectividade ferroviária do Uganda e da região até ao porto marítimo de Mombaça” no Sudeste do Quénia, afirmou o ministro dos Transportes do Uganda.
Em declarações à AFP, Katumba Wamala referiu que o Uganda espera superar os “longos atrasos no transporte de mercadorias de Mombaça para o nosso país sem litoral e facilitar o transporte para os nossos vizinhos da região”.
Lamentou os “danos dispendiosos” causados por veículos pesados de mercadorias nas estradas que levam até ao porto de Mombaça, no país vizinho.
As obras devem arrancar em Novembro próximo e durarão quatro anos. O contrato abrange a concepção e construção da linha ferroviária, bem como o fornecimento de veículos ferroviários” que viajarão a 120 km/h, segundo um comunicado de imprensa do grupo turco Yapi Merkezi.
Totalmente electrificada, a linha deverá contar com cerca de dez estações – de passageiros e mercadorias – e um terminal. O projecto tem capacidade para transportar 25 milhões de toneladas por ano, disse a empresa turca.
“Isto deverá permitir-nos reduzir para metade o custo do transporte de mercadorias”, disse Ramathan Ggoobi, secretário permanente do Ministério das Finanças do Uganda, num vídeo partilhado online.
“Somos a segunda rota mais cara do mundo (...) deveríamos estar entre as mais competitivas”, acrescentou
A Yapi Merkezi está também envolvida na construção dos primeiros 700 quilómetros de uma linha a partir de Dar es Salaam, uma secção de um projecto ferroviário de 2.561 quilómetros que vai ligar a capital económica da Tanzânia aos países vizinhos.