Alinhar a transição energética com os interesses da indústria é uma discussão cada vez mais actual e, muitas vezes, difícil de gerar consensos. Entretanto, para o CEO da empresa Tintas Toptech, “a indústria não é, neste momento, em Angola, o inimigo número um da transição energética”.
“O que queremos é que a transição energética nos traga aquilo que nós tanto pedimos, que é a energia, a estabilidade da energia, outras alternativas mais económicas, de forma a conseguirmos desenvolver a nossa actividade e sermos atractivos, para que todos aqueles que importam passem a consumir produto nacional”, augurou Hélder Carreira.
Ao intervir na I Mesa Redonda da IV Conferência E&M sobre Ambiente e Desenvolvimento, que decorre nesta sexta-feira, 25, em Luanda, o CEO da companhia das Tintas Toptech lamentou que, em discussões sobre a transição energética, as indústrias sejam vistas “sempre como o inimigo número um”, tendo, contudo, reafirmado que, no País, este dilema não se coloca.
“As indústrias em Angola têm trabalhado muito, e tenho de valorizar também o trabalho do Ministério do Ambiente, que tem sido, entre aspas, extremamente chato, porque tem andado sempre a tentar controlar o trabalho e aquilo que se tem feito”, disse.
No debate sobre ‘Industrialização e os desafios da transição energética’, Hélder Carreira informou que as indústrias se têm engajado no processo de reciclagem, nas emissões de gases. No entanto, mostrou-se preocupado com a reciclagem de diluentes.
“Em Angola, que é produtora de petróleo, não existem diluentes. As refinarias não trabalham para isso, só querem é produzir gasolina, gás…. Precisamos de diluentes para a indústria. A indústria, a maior indústria do País, que é a indústria petrolífera, precisa de diluentes para a limpeza das suas máquinas, precisa de produtos que são feitos com diluentes, e nós não temos, temos que importar”, atirou.