O Fundo Monetário Internacional (FMI) reiterou a necessidade de criação de 15 milhões de empregos por ano até 2030 na África Subsaariana, para acomodar o crescimento da sua força de trabalho, conforme apontado no seu Regional Economic Outlook referente ao mês de Outubro.
De acordo com a instituição financeira internacional, este é um desafio considerável, tendo em conta o actual cenário de obstáculos económicos e estruturais enfrentados pelo continente, que poderão dificultar a concretização desta meta.
Citado esta quinta-feira, 5 de Dezembro, pelo Diário Económico, o relatório do FMI explica que a expansão da população, que cresce acima da média das economias africanas, pressiona ainda mais a criação de novas vagas.
“Este crescimento populacional está directamente relacionado com o aumento do desemprego, com fenómenos migratórios e com a escassez de recursos essenciais para muitos cidadãos africanos”, refere o documento.
Além disso, o FMI diz que a África Subsaariana enfrenta barreiras significativas, como o acesso limitado a financiamento, uma infra-estrutura inadequada e a instabilidade política, factores que, a seu ver, constituem desafios para a atracção de investimentos necessários para gerar empregos sustentáveis.
Para que o continente alcance os seus objectivos, o organismo internacional recomenda a implementação de investimentos substanciais em infra-estrutura, especialmente na expansão da economia digital. Esta transformação, de acordo com a instituição, poderia impulsionar novos sectores e gerar postos de trabalho, ao mesmo tempo que ajudaria a diversificar as economias africanas.
A melhoria nos resultados educacionais é também considerada crucial para o sucesso desta estratégia, uma vez que ajudaria a preparar a força de trabalho para as demandas de um mercado de trabalho em constante evolução, adaptando-se à transformação digital e à inovação.
Outro ponto destacado no Regional Economic Outlook de Outubro é a necessidade de reformas políticas que incentivem o investimento privado. Para garantir uma base sólida para o crescimento económico, é essencial criar um ambiente de negócios mais estável e previsível.
Por fim, o FMI ressaltou que a formalização da economia é uma etapa importante para garantir a estabilidade no emprego e garantir a criação de postos de trabalho duradouros. A formalização permitiria aumentar a transparência, melhorar a arrecadação de impostos e contribuir para uma economia mais resiliente e capaz de enfrentar os desafios futuros.