A governação do Banco Nacional de Angola (BNA) afasta qualquer alteração ao actual regime cambial flutuante para um sistema de taxa fixa, porquanto uma alteração ao modelo poderá conduzir à “erosão” das reservas internacionais.
O governador do BNA, Manuel Tiago Dias, afirma, em entrevista à RNA, que o que as instituições de Bretton Woods, em particular, o Fundo Monetário Internacional (FMI), recomendam é o regime adoptado por Angola.
“O contrário seria um regime de taxa de câmbio fixa, mas, para o regime de taxa de câmbio fixa, é necessário que as reservas internacionais de um país estejam em patamares extremamente altos para poder segurar, digamos assim, a moeda nacional e evitar que haja flutuações destas”, assinala.
Observa que, no caso de Angola, o regime de taxa de câmbio fixa “iria culminar com a erosão das nossas reservas internacionais”, e, no contexto actual da economia angolana, continuou, tendo em conta as perspectivas que se abrem, “não seria recomendado um regime de taxa de câmbio fixa”.
“Bem pelo contrário, devemos continuar a aperfeiçoar o regime de taxa de câmbio flutuante e continuar também a reforçar a nossa posição de reservas internacionais. E é isso que temos estado a fazer”, reafirma.
Manuel Tiago Dias, que se encontra nos Estados Unidos nas reuniões anuais do Banco Mundial e FMI, informa que Angola fechou o mês de Setembro com reservas internacionais em 14,9 mil milhões de dólares e essa tendência de reforço da posição externa do País “há-de continuar” até ao final do ano.
“É necessário que todos nós percebamos que, sempre que o preço do petróleo se situar em patamares acima daquilo que foi estabelecido no Orçamento Geral do Estado, como é o caso actualmente, é necessário que haja acumulação de reservas que nos permitirão fazer face a eventuais situações adversas no futuro, quando houver, por exemplo, uma reversão no preço do barril de petróleo, que é a nossa principal Commodity de exportação”, declara o governador do BNA.