O exercício de identificar um risco e traduzi-lo em produto financeiro que, se materializado, demanda da seguradora o pagamento e uma indemnização em consequência do pagamento, a priori, de um prémio da parte do segurado, é esclarecedor dos desafios que o sector de seguros enfrenta em qualquer geografia do mundo, com particular destaque para aquelas em que os níveis de risco moral e selecção adversa se apresentam elevados.
Em Angola, de acordo com a nota da Agência de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), a actividade iniciou-se com a instalação da filial da Companhia de Seguros Ultramar em 1922. De lá para cá, o sector cresceu de forma significativa, tanto pelo número de empresas seguradas, quanto pelo escopo de riscos a cobrir.
Além disso, e em linha com o baixo nível de poupança e reduzidas fontes de financiamento da economia, o sector dos seguros tem concentrado e disponibilizado importantes poupanças para a economia em forma de investimento de médio e longo prazos.
E em contextos desafiantes, pelo que passa a economia angolana, e todos os estrangulamentos sociais que deles advêm, a percepção de risco é cada vez crescente e a necessidades de os mesmos serem previstos e segurados apresenta-se como condição necessária na manutenção de relevantes negócios na economia e na maturação deste importante sector na vida das pessoas e empresas.
Assim, faz-se necessária uma abordagem mais local na percepção, estruturação e disponibilização de um conjunto de produtos que reflictam e atendam às necessidades locais, como é o caso do seguro à actividade agrícola, um instrumento fundamental para o desenvolvimento do sector em países em vias de desenvolvimento. Certamente que a estruturação da tipologia dos pacotes de risco a cobrir deverá basear-se sempre na lógica da manutenção da rentabilidade e resiliência das instituições, de modo a não colocar em causa a segurança dos capitais investidos nas empresas, sem, contudo, deixar de ser útil à sociedade, através de uma penetração cada vez mais alinhada às reais necessidades locais.
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Decelerated growth due to the uncertain environment
The insurance industry is one of the most relevant in the current global financial system, without ceasing to be to the real economy, in an environment of increasing risks, essentially in all walks of social and economic life.
Identifying a risk and transforming it into a financial product that, if materialized, requires a payment and compensation by the insurer, as a result of a previous payment of a premium made by the insured, shed light on the challenges that the insurance sector faces in any region of the world, with particular emphasis on those in which the levels of moral risk and adverse selection are high.
In Angola, according to a note from the Insurance Regulatory and Supervisory Agency (ARSEG), this activity started with the installation of the branch of Companhia de Seguros Ultramar back in 1922. Over time, the sector has grown significantly both in terms of the number of insured companies and the scope of risks to be covered. Furthermore, and in line with the low level of savings and reduced sources of financing for the economy, the insurance industry has concentrated and made available important savings to the economy in the form of mid- and long-term investment.
And under the challenging contexts that the Angolan economy is experiencing and all the social constraints thereof, the risk perception is growing and the need to foresee and insure them is necessary for maintaining relevant businesses in the economy and for maturing this important sector in the lives of people and companies.
Therefore, a more local approach is necessary in the perception, structuring and availability of a set of products that reflects and meets local needs, as it is the case of insurance for agricultural activity, a fundamental tool for the development of the sector in developing countries. Certainly, the structuring of the typology of the packages of risks to be covered should always be based on the rationale of maintaining both profitability and resilience of the institutions so as not to jeopardize the security of the capital invested in the companies, without, however, ceasing to be useful to the society, through a penetration that is increasingly aligned with the actual local needs.
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