A pretensão dos homens ligados à actividade agro-pecuária no País, disse, é de aumentar a produção de carne para 80% até 2027, mas deve haver a colaboração de todos, inclusive dos consumidores, optando simplesmente pela compra do produto nacional.
“Já é possível consumir 100% a carne produzida pelos fazendeiros ao nível de todo o País. Aliás, Angola está preocupada com a qualidade dos produtos importados, principalmente os perecíveis por causa das doenças”, afirmou o porta-voz do evento que decorre na cidade do Lubango, de 17 a 20 de Agosto do corrente.
Outra preocupação dos empresários agro-pecuários, segundo Vítor Panzo, é a peste suína africana que tem afectado a maioria do gado no País, por isso será um tema a abordar nesta feira, cuja participação na abertura foi de pelo menos 50 expositores, entre fazendeiros e empresas prestadoras de serviços, incluindo bancos e seguradoras.
A Cooperativa dos Criadores de Gados de Angola (CCGA) augura a construção de matadouros nas regiões norte, centro e sul de Angola.
“Estamos a falar de matadouro cujo custo de implementação ronda os 10 milhões USD. Se conseguirmos executar este projecto o País deixá de importar carne. Por outro lado, haverá a criação de mais emprego.”
Um dos constrangimentos à actividade agro-pecuária no País são as vacinas, facto que tem se reflectido no custo de produção de carne.
“Produzir um quilograma de carne custa ao produtor mais de 2 mil 500 Kwanzas, mas este problema será ultrapassado quando entrar em funcionamento a fábrica de vacinas que está a ser construída na província do Huambo”.
Ainda em declarações à E&M, Vítor Panzo afirmou ser objectivo da Federação Nacional das Cooperativas Pecuárias de Angola (FNCPA) ver o angolano a consumir, no mínimo, oito quilogramas de carne por ano, realidade que pode acontecer com custos baixos de produção.
Também disse que uma das principais metas da FNCPA é de que o País atinja níveis de produção de alguns países da SADC, sobretudo do Botswana, fornecedor de carne à União Europeia. “Há mercado vasto em África para abastecer, a República Democrática do Congo (RDC) é um deles”.
Participam da 19ª edição da Feira Agro-pecuária da Huíla, cuja abertura oficial coube à vice-governadora, Maria João Tchipalavela, expositores provenientes de Luanda, Benguela, Huambo, Namibe, Cunene e da República Federativa do Brasil. Há também uma delegação francesa.
A organização, segundo o porta-voz, aguarda pelas delegações da Namíbia e Zâmbia, países que participam de eventos do género, realizados no Sul de Angola.