A Fundação Lisima organizou, recentemente, uma visita de 10 artesãos e camponeses provenientes da comuna do Tempué, no Moxico, para conhecerem organizações comunitárias e cooperativas de artesanato e agricultura no Zimbabué, segundo nota enviada à E&M.
A viagem teve como objectivo proporcionar oportunidade única aos representantes locais do Programa de Meios de Subsistência Sustentável da Fundação Lisima de interagirem com líderes e membros de organizações que existem há mais de vinte anos, além de conhecerem as estruturas de governança e operações.
“Assim, ao reflectirem sobre o que é possível, encontrarão inspiração para construir as suas estruturas fundamentadas nas suas próprias experiências e alinhadas com os seus valores e tradições”, refere o documento.
A fundação visitou cinco cidades, entre angolanas e zimbabuanas, nomeadamente Luanda, Harare, Masvingo, Mwenezi e Lupane, onde interagiu com homólogos como a Fundação Zienzele, o Centro de Formação para o Desenvolvimento de Mwenezi, o Fundo para o Desenvolvimento das Mulheres de Lupane e o Centro de Artesanato de Binga, organizações comunitárias estabelecidas há mais de 25 anos.
Em Harare, por exemplo, a equipa esteve com a representante da Fundação Liechtenstein para a África Austral, que se dedica ao desenvolvimento rural e à educação, para conhecer sua trajectória e estrutura. Visitou, além disso, o Centro Nacional de Artesanato em Harare, que desempenha função dupla: preservar o património cultural do Zimbábue e gerir as exportações e vendas em nome dos artesãos espalhados por todo o país.
De acordo com o documento enviado à E&M, a Lisima visitou a Fundação Zienzele, em Masvingo, criada em resposta às necessidades nutricionais e educativas de crianças em comunidades carentes do Zimbábue.
A Fundação Zienzele tem como objectivo principal apoiar 14 escolas rurais situadas em áreas remotas, beneficiando um grupo de artesãs que representa, pelo menos, duas mil mulheres.
Em Masvingo, a visita ao Centro de Mulheres de Berejena, da Fundação Zienzele, destacou a força do colectivo de mulheres que construíram algumas das infraestruturas do centro, de acordo com a nota.
O encontro entre os artesãos de Lisima e as artesãs de Berejena foi um momento marcado pela troca de conhecimentos e técnicas de fabrico de artesanato.
O grupo visitou também o Centro de Formação para o Desenvolvimento de Mwenezi, num pequeno distrito no sul da província de Masvingo.
"Sob a liderança de Promise Mokoni, o centro dedica-se à agricultura e à segurança alimentar. Durante a visita às hortas comunitárias, localizadas a cerca de uma hora do centro, foi possível observar como uma gestão eficiente da água pode beneficiar toda a comunidade. Essa abordagem não só proporciona alimento para as famílias, mas também gera renda através da venda dos produtos cultivados", lê-se no documento.
A principal missão desta viagem foi proporcionar aos 10 representantes locais do Programa de Meios de Subsistência Sustentável a oportunidade de conhecer diversas realidades e práticas de organizações comunitárias consolidadas. "Agora, têm a importante responsabilidade de partilhar estas experiências com a comunidade para que, em conjunto, possam trabalhar no desenvolvimento de projectos que lhes permitam garantir rendimentos adequados, promover o bem-estar colectivo e contribuir para a conservação dos seus recursos a longo prazo, acrescenta o documento.
Nesta viagem, a Fundação Lisima procurou também encorajar o apoio a projectos actuais e futuros que fortaleçam a sustentabilidade ambiental e económica das comunidades locais.
Fundada em 2024, a Lisima é uma organização sem fins lucrativos, que se dedica à conservação da Torre de Água das Terras Altas de Angola. O nome Fundação Lisima é atribuído em homenagem à expressão luchaze, Lisima lya Mwono, que significa “Fonte da Vida”.