O Governo do Zimbabué anunciou a intenção de adquirir 26% de participação em todos os novos projectos mineiros no país, através de uma base de “free carry”, e também negociar com os operadores existentes para garantir uma participação semelhante.
A medida visa aumentar o controlo sobre os recursos minerais daquele país, que incluem ouro, platina, lítio e crómio, segundo informação divulgada pela Engineering News.
“Precisamos de atingir um nível de participação de 26% na maioria dos grandes projectos, senão em todos”, avançou o secretário de Estado das Minas do Zimbabwe, Pfungwa Kunaka, explicando que a estratégia envolve negociações com investidores já estabelecidos no país.
Citado pela Engineering, Kunaka não revelou detalhes sobre como o governo financiará a aquisição dessas participações em projectos mineiros já em operação. No entanto, explicou que a medida faz parte de uma tendência crescente em África, onde países buscam maior controlo sobre os lucros derivados da exploração das suas matérias-primas.
“A ideia é corrigir desequilíbrios históricos nos fluxos de riqueza gerados pela mineração”, destacou.
O Zimbabwe tem-se destacado na exploração de vários metais valiosos, como o ouro, a platina, o lítio e o crómio. Operadores como a Zimplats Holdings, a mina Unki da Anglo American Platinum e a RioZim estão entre os principais intervenientes no sector mineiro do país.
Kunaka sublinhou que a mudança não será simples. “É preciso negociar”, acrescentou o alto responsável, referindo-se ao processo de adaptação das novas políticas à realidade dos projectos em curso.
De acordo com a informação divulgada pela Engineering News, o valor mínimo dos activos mineiros em que o Executivo pretende ter uma participação ainda continua em segredo, tendo sido apenas avançado que mais pormenores sobre os critérios serão divulgados mais tarde.
O Zimbabwe já detém uma participação de 15% na empresa mineira de platina Karo Resources (de acordo com o site da empresa), uma pequena amostra do modelo que pretende expandir.
Com esta iniciativa, o país procura reforçar a sua posição no sector mineiro, que tem sido um dos principais motores da sua economia, ao mesmo tempo que procura garantir uma maior rentabilidade dos seus recursos naturais.