Para o efeito, aposta no agro-negócio, não apenas para alcançar esse desiderato, mas também como determinante de crescimento económico. Até 2027, o Banco de Desenvolvimento de Angoa (BDA) vai disponibilizar 500 milhões de dólares por ano para a produção de grãos (em especial o milho, o arroz, o trigo e a soja) e para o estabelecimento de centros logísticos, bem como outros 500 milhões de dólares em investimento público para o loteamento e vias de acesso as terras para o cultivo. Adicionalmente, mais 600 milhões de dólares serão disponibilizados, em partes iguais, para a pecuária e pescas.

Informações animadoras, para os produtores do sector. E quanto aos industriais? Que aposta o sector receberá? O quadro actual é animador? Temos, realmente, estatísticas sobre o sector? Angola tem um parque industrial capaz de responder aos desafios da diversificação económica?

Produzir sem transformar é dar dois passos e recuar um. É crescer sem desenvolver. É diversificar sem rentabilizar. Resumindo, é um caminho lento e sofrível. Precisamos de acompanhar os investimentos feitos, organizá-los numa perspectiva de economia de escala, para, de uma vez por todas, pormos fim ao vasto parque de elefantes brancos. Neste capítulo, somos, certamente, uma potência africana.

Muito se fez em prol da indústria, o montante gasto é aterrorizador, porém os resultados...verdadeira tragicomédia. Angola tem 22 pólos industriais definidos, sim, em teoria, pois, em execução, temos bem menos.

O país sempre teve uma estratégia para a industrialização, contudo não foi prioridade, não houve a consciência prática de que a indústria transformadora, como suporte à produção agropecuária, mineira, piscatória, bem como a tecnológica, é o verdadeiro caminho para a diversificação económica. A caravana já vai ao longe, e é hora de os actuais decisores serem ágeis e capazes de ir trocando o pneu com o carro em andamento.

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