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‘Irmãos siameses’: Angola e Moçambique integram ‘top 10’ dos mais endividados de África em 2023

Victória Maviluka
6/12/2024
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Foto:
DR

Angola aparece na 6.ª posição da classificação do Banco Mundial, abaixo de Moçambique, que ‘fecha’ o ‘top 5’, com uma dívida de 66,8 mil milhões USD o ano passado.

Angola e Moçambique têm muito em comum. Um dos mais recentes capítulos que reforçam o apelido de ‘irmãos siameses’ consta da classificação dos países mais endividados de África no ano passado: os dois Estados de expressão portuguesa integram o ‘top 10’ da lista, segundo dados do Banco Mundial (BM).

Com um stock da dívida de cerca de  57 mil milhões de dólares, entre dívida externa privada (71%) – referente a parceiros multilaterais – e dívida externa pública (29%) – que reporta o intercâmbio bilateral, entre Estados –, Angola aparece na 6.ª posição da classificação, abaixo de Moçambique, que ‘fecha’ o ‘top 5’, com uma dívida de 66,8 mil milhões USD o ano passado.

O Egipto liderou a lista dos países mais endividados de África em 2023. Segundo as estatísticas do BM, citadas pelo portal Le360, os faraós ‘fecharam’ o ano passado com uma dívida de 168 mil milhões USD, seguidos pela África do Sul, com 165,7 mil milhões.

Nigéria, com 102,4 mil milhões de dólares, Marrocos (69,2 mil milhões), Gana (43,7), Quénia (42,9), Tunísia (41,2) e Senegal, com uma dívida avaliada em 39,9 mil milhões de dólares, completam o ‘top 10’ dos países mais endividados do continente em 2023.

O stock da dívida externa (pública e privada) dos países africanos, realça o Banco Mundial, ascendeu, no final do ano passado, a mais de 1.154 mil milhões de dólares.

No geral, reportam ainda os dados da instituição de Bretton Woods, o stock da dívida externa do continente situou-se em cerca de 1.154 mil milhões de dólares, um aumento de 7,84% em relação ao nível de 2022.

Os dez países do continente acima referenciados suportam, assim, 70% deste fardo que pesa fortemente nas suas economias. 

O Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), a China estão entre os principais credores públicos. Quanto à dívida externa privada, esta é largamente dominada por empréstimos no mercado internacional.

A difícil situação económica global (Covid-19, guerra Rússia-Ucrânia, etc.) e o aumento dos preços das matérias-primas e dos hidrocarbonetos abalaram as finanças públicas de quase todos os países, especialmente os do continente africano, escreve o portal marroquino. 

Na África Subsaariana, região na qual Angola está inserida, a dívida externa ascendia a 864 mil milhões de dólares no final de 2023, incluindo 59% de dívida pública e 41% de dívida privada. 

Mas a proporção da dívida pública nos países do Norte de África é muito mais elevada e rondaria os 65% para um stock de dívida externa de 290 mil milhões de dólares, referem os dados do BM.