A postura de Israel em relação ao secretário-geral da ONU, António Guterres, contraria o que pode ser considerado o mínimo racional, quanto aos princípios de respeito que fundamentam a convivência entre nações no cenário internacional, concluíram analistas que acompanham o conflito israelo-árabe e islâmico, assim como a posição do Conselho de Segurança.
O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, ‘persona non grata’ no Estado de Israel, inclusive proibiu-o de entrar naquele país do Médio Oriente (Ásia).
As autoridades governamentais israelitas sentiram-se ‘magoadas’ pelo facto de a entidade máxima do Conselho de Segurança da ONU (António Guterres), no mais recente discurso, não ter condenado o último ataque iraniano (com mísseis hipersónicos) sobre as três principais cidades de Israel.
“Qualquer pessoa que não condene inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel, como quase todos os países do mundo fizeram, não merece pisar o solo israelita”, escreveu Israel Katz na rede social X.
A reacção do ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, é posterior à declaração do secretário-geral da ONU, face ao ataque do Irão contra Israel, inclusive a capital Tel Aviv, no dia 1º de Outubro de 2024, condenando o alargamento do conflito naquela região do Médio Oriente.
"Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente, com escalada após escalada. Isto tem de acabar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo", declarou António Guterres, que pediu cessar-fogo imediato.
Para a crítica, declarar o secretário-geral da ONU como ‘persona non grata’ pode ser considerada falta de respeito em relação à mais alta autoridade da organização.
A acção, observam, sugere um desdém por parte de Israel em relação à ONU e os princípios, que incluem a diplomacia, o diálogo e a cooperação internacional.
Assim, ilustram alguns pontos que justificam a perspectiva apresentada.
Simbolismo - o secretário-geral da ONU representa não apenas a organização, mas também a comunidade internacional. Desconsiderá-lo de tal forma é um sinal de desprezo pelas normas e protocolos que regem as relações internacionais.
Impacto nas Relações Internacionais - a atitude pode prejudicar as relações do país com outros estados membros da ONU e pode ser vista como uma rejeição dos esforços da ONU para promover a paz e a segurança globais.
Precedente Perigoso - acto semelhante pode criar um precedente perigoso, onde outros países possam sentir-se justificados em agir de maneira similar, minando a autoridade e a eficácia da ONU.