O economista e formador comportamental José Chieta afirmou nesse domingo, em Luanda, que o coaching não é profissão, mas sim um estilo de vida, relevando que o coach ensina o que vive.
“Se não vives aquilo que ensinas, tu não és coach”, contestou o também escritor, que falava à E&M, por ocasião da venda do seu segundo livro, intitulado ‘Porque é que o meu dinheiro nunca chega? – Manual de Reeducação Financeira e Economia Doméstica’.
José Chieta manifestou preocupação pelo elevado número de coaches que “seguem as febres”, cursos de coaching na internet, aonde muitos correm “e só gastam dinheiro”, porque se tornam “pessoas que dizem o que ouvem, mas não ouvem o que dizem”.
Orador, treinador sobre inteligência emocional e master coach, entre outros atributos, aconselha as pessoas a fazerem algo, não porque viram, mas porque se identificam. “E devem estudar”, exortou a fonte, considerando ser necessário investir em formação, leitura, investigação, várias horas de aprendizagem para ter bagagem o suficiente para formar os outros, como as formações e certificações internacionais que detém para fazer o que faz.
“Quantas pessoas dão palestra prometendo ajudar a mudar a vida dos outros, mas vão à mesma palestra de táxi, nem sabem o que vão jantar, mas estão a ensinar os outros como ganhar dinheiro? É pura farsa. São aquelas pessoas que dizem o que ouvem, mas não ouvem o que dizem”, reafirmou.
No entanto, o também palestrante defendeu a posição do autor enquanto observador, “quando quer servir”, devendo ser a pessoa que observa a dor dos outros. “Às vezes, o autor escreve só na sua visão e na sua dor, não engloba a dor dos outros. Eu fui saber a minha dor e fui atrás da dor dos outros, de todos os angolanos”, expressou, já entrando na conversa do livro.
A obra, que apela à literacia financeira nas famílias e educação empreendedora, entre outros temas, é um investimento, com aplicação a curto, médio e longo prazo. “Independentemente da entrega e interpretação de cada um, ao entrar em acção, as pessoas vão ter retornos a multiplicar, vão aprender a fazer, multiplicar e a oferecer dinheiro, sem o dinheiro lhes faltar, assim como eu faço no meu dia-a-dia”, garantiu, ainda em entrevista à E&M.
Isso conta porque, sendo disse Chieta, o que mais o motivou a produzir o manual foram os resultados que obteve com as pessoas que ajuda. “Uma das provas vivas é a minha esposa. Ajustar os nossos modelos económicos e crenças financeiras para fazermos o nosso projecto de família foi, como se diz no bairro, ‘trabalho com serviço’. Mas funcionou e continua a funcionar”, revelou o ainda director do Centro de Formação Profissional Cara Alegre.
É por essa razão que o gestor alerta para que, quando alguém for pedir conselho, que seja a alguém que tem resultado, porque “não existe conselho de alguém que não sabe o que diz”.
“Não recebam crítica de quem nunca construiu nada. A pessoa tem que construir, tem que mostrar e ser a prova. Porque eu dou exemplo da minha família no livro. Vão encontrar o nome da minha filha, da minha mulher... eu dou exemplo do que estou a dizer, e as pessoas podem ir à minha casa para testarem”, desafiou o economista.