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Luanda: Desafios urbanos e a urgência de infra-estruturas viárias

Moniz Sebastião
27/3/2025
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Foto:
DR

A implementação de circulares rodoviárias surge como uma solução estratégica para mitigar o congestionamento urbano e promover uma mobilidade mais eficiente.

Luanda, outrora planeada para acolher menos de meio milhão de habitantes durante o período colonial, enfrenta atualmente uma realidade demográfica que ultrapassa os 9 milhões de residentes, segundo projecções do Instituto Nacional de Estatística para 2025. Este crescimento exponencial deve-se a factores como o aumento demográfico acelerado nos países em desenvolvimento, o êxodo rural e a urbanização intensa característica do século XXI, bem como a migração internacional.

Este cenário resultou em fenómenos urbanos complexos, tais como gentrificação, especulação imobiliária, congestionamento rodoviário, deficiências no saneamento básico, proliferação de doenças contagiosas, aumento do número de veículos devido à insuficiência de transportes públicos, construções informais e a ausência de planos directores eficazes.

A implementação de circulares rodoviárias surge como uma solução estratégica para mitigar o congestionamento urbano e promover uma mobilidade mais eficiente. Estas vias permitem desviar o tráfego das áreas centrais, facilitando a circulação de veículos pesados e de longa distância sem comprometer o fluxo urbano.

O Plano Director Geral Metropolitano de Luanda (PDGML) reconhece a necessidade de Infra-estruturas viárias adequadas ao crescimento da cidade. Aqui sugiro a construção de uma via que ligue o Panguila ou Bairro Uíge ao ponto final da Ilha de Luanda, funcionando como uma circular alternativa. Além disso, o projecto da construção de auto-estradas na Corimba, que conectaria a Marginal de Luanda aos Ramiros ao longo da orla marítima, deveria ser retomado para melhorar a conectividade urbana.

A recente inauguração do Nó de Talatona, uma infra-estrutura concebida para melhorar a circulação rodoviária no sul de Luanda, exemplifica os esforços em curso para descongestionar a cidade. Este nó viário facilita a mobilidade entre diferentes zonas urbanas, desviando o tráfego proveniente do sul através de uma circular que evita as áreas centrais.

A proposta de uma circular que ligue os arredores do novo Aeroporto António Agostinho Neto, passando pelo Calumbo até aos Ramiros, é pertinente. Esta infra-estrutura promoveria uma distribuição mais equilibrada do tráfego e incentivaria o desenvolvimento de novas áreas urbanas. Adicionalmente, vias rápidas que conectem Cacuaco ao Benfica, atravessando bairros como Cazenga, Rangel, Palanca, Golf 2, Nova Vida e Fubu, bem como uma ligação entre o Zango, Viana, Cazenga, Boavista e a Marginal de Luanda, são essenciais para melhorar a mobilidade intraurbana.

Essas iniciativas não apenas aliviariam o congestionamento nas zonas centrais, mas também estimulariam investimentos no sector dos transportes, criando oportunidades para o desenvolvimento de redes públicas e privadas de mobilidade. Consequentemente, isso abriria mais postos de trabalho, contribuindo para a redução da criminalidade e para o aumento da oferta de serviços ao longo dessas infra-estruturas, tornando Luanda mais conectada e dinâmica.

A planificação urbana com enfoque na mobilidade também traria outros impactos significativos. A instalação de câmaras de vigilância rodoviária tornaria a fiscalização mais eficiente, auxiliando a polícia electrónica no monitoramento e regulação do tráfego. Além disso, mais empresas de prestação de serviços seriam incentivadas a operar na manutenção das infra-estruturas e de suas envolventes, promovendo um ciclo virtuoso de desenvolvimento urbano e económico.

É crucial que estas propostas sejam submetidas a análises técnicas detalhadas por especialistas em urbanismo e transportes, a fim de avaliar a sua viabilidade e impacto. A modernização e expansão das infra-estruturas rodoviárias de Luanda são imperativas para acompanhar o crescimento urbano e melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes.