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PATROCINADO

Nunca é tarde para recomeçar

Sebastião Vemba
19/10/2018
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Foto:
Carlos Aguiar

Em 1974, as exportaçõesdos 15 principais produtos não petrolíferos representavam cerca de 44% do total das exportações nacionais. 

Naquele ano, lê-se no documento de apresentação do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações – PRODESI, um dos mais bem elaborados pelo Governo, “o valor das exportações desses produtos ascendeu a cerca de 554,1 milhões USD” e “representariam hoje 27 vezes o total das exportações de Angola em 2016 (142 milhões USD), retirando às exportações actuais, o petróleo e os diamantes”.

Embora reconheça tratar-se de dois contextos diferentes, o Governo reafirma que “é inegável” o potencial actual de exportação nacional. No entanto, o desafio de relançar a produção local e exportá-la é enorme, na medida em que “o país ainda não foi capaz de materializar a almejada diversificação”, não só devido à restrição de recursos cambiais que ainda enfrenta, mas também, em grande medida, devido à má gestão dos recursos e à ausência de programas integrados, em vez de várias iniciativas avulsas que não foram fiscalizadas com rigor e duraram tanto quanto um relâmpago.

Pelos vistos, há vontade de se fazer melhor. De parar, desistir de programas inviáveis e recomeçar uma nova jornada da produção nacional. Pelo menos é isso que o PRODESI nos faz crer. E nada melhor do que começar com a redução do papel do Estado na economia.

O Governo entende que “o processo de diversificação progressiva da base económica do país e a consequente especialização produtiva, ao nível do mercado interno e das exportações, não deve ser feito de maneira espontânea e difusa, mas sim na base de uma coordenação adequada entre investimentos públicos e investimentos privados”, uma vez que são os primeiros “que criam as infra-estruturas que tornam competitivos e viáveis” os segundos, constituindo esses últimos os “motores das actividades produtivas propriamente ditas”.

De resto, o Estado reconhece que deve assumir apenas o papel de agente fomentador, catalisador, regulador e coordenador do desenvolvimento económico e social, evitando, deste modo, repetir a má experiência que viveu nas últimas duas décadas. Essa é, sem sombra de dúvida, uma boa forma de reformar o relançamento da produção nacional, cujas sementes estão lançadas.

Leia mais na edição de Agosto de 2018.

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