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“Paz não é apenas a ausência de guerra. É também viver com dignidade” - Bassirou Faye

Victória Maviluka
27/9/2024
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DR

PR senegalês apela à “correcção das injustiças económicas” que geram “comércio ilegal, evasão fiscal, fluxos financeiros ilícitos”, que “prejudicam especialmente os países africanos”.

O Presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, afirmou, no seu discurso, esta semana, na Assembleia Geral das Nações Unidas, que a paz deve traduzir-se não apenas no calar das armas, mas, também, na dignidade para os cidadãos.

“A paz não é apenas a ausência de guerra. A paz é, também, a possibilidade de cada ser humano viver com dignidade, alimentar-se, ter habitação, ter educação e cuidados médicos”, declarou no encontro da ONU, nesta quarta-feira, 25.

O líder senegalês, 44 anos, denunciou, citado pela Lusa, que “hoje, mais de 750 milhões de pessoas não comem o suficiente, têm fome”, e que é preciso romper com a lógica de “cada um por si” e fazer-se um "novo contrato social, baseado na solidariedade".

Faye lamentou que milhões vivam na pobreza extrema todos os dias, o que, no seu entender, são números que afastam, cada vez mais, o mundo dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos para 2030. 

“Não podemos aceitar que os mecanismos de governação global continuem a reproduzir estas desigualdades”, afirmou o homem que, em Março último, foi eleito Presidente do Senegal, após sair de uma cadeia dez dias antes do pleito.

Bassirou Diomaye Faye sublinhou que “é crucial salvaguardar e reforçar o multilateralismo como quadro único de acção para a paz e segurança internacionais”, e entende que isso deve acontecer através de “uma reforma urgente das instituições globais, em particular do Conselho de Segurança (ONU), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial”, com o objectivo de “serem mais inclusivos e reflectir as actuais realidades geopolíticas e económicas”.

“O continente africano, em particular, deve ter um lugar mais importante nestes órgãos de decisão”, disse Faye, apelando ainda à “correcção das injustiças económicas” que geram “comércio ilegal, evasão fiscal, fluxos financeiros ilícitos e impostos abusivos”, que “prejudicam especialmente os países africanos”.